Museu Voluntários da Pátria homenageia Revolução de 1932

Fotógrafo: João Pires/LBF
06/07/2011 - 02h43

O Museu Histórico Voluntários da Pátria realiza, até 30 de julho, a exposição comemorativa “Revolução de1932”, em seu piso superior. O evento é uma realização da Prefeitura de Araraquara, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Fundart, com entrada gratuita.
Objetos, fotos, recortes de jornais e documentos referentes à Revolução de 1932 compõem a exposição. Entre as peças, é possível observar, por exemplo, o capacete e o gorro protetor de cabeça usados no uniforme dos paulistas no conflito bélico. Também, uma bandeira paulista pequena, confeccionada à mão, e 10 medalhas de honra ao mérito alusivas à revolução, configuram na exposição.
Trinta fotografias retratam cenas da revolução na capital paulista e também combatentes de Araraquara - entre eles Diógenes Muniz Barreto, Bento de Barros, Valdomiro Machado – cidadãos que deram nomes às ruas de Araraquara. Ainda, um acervo para consulta, com recortes de jornais, livros e revistas, está à disposição dos visitantes.
O horário de visitação é: as segundas-feiras, das 13h00 às 18h00; de terça a sexta, das 9h00 às 12h00 e das 13h00 às 18h00; e aos sábados, das 9h00 às 12h00. Grupos interessados em visitar a exposição devem entrar previamente em contato com a direção do Museu, pelo fone 3322-4887.
 A Revolução de 32 - O movimento constitucionalista, iniciado em julho de 1932, uniu praticamente todas as correntes políticas e os segmentos de suas classes dominantes numa ampla Frente Única contra o governo Vargas.
Expressando o descontentamento de proprietários de terra, industriais, banqueiros e comerciantes paulistas para com a política econômica e a legislação social que começavam a ser implantadas pelo Governo Provisório, o núcleo desse movimento foi a aliança entre o Partido Democrático e seus velhos adversários do Partido Republicano Paulista. A esse conjunto de forças juntaram-se setores descontentes do exército, tanto militares que haviam servido ao antigo regime, quanto revolucionários dissidentes.
Organizada em fevereiro de 1932, o objetivo inicial da Frente Única paulista era a reconquista da autonomia estadual e a realização de eleições nacionais para a Assembléia Constituinte.
Posteriormente o movimento assumiu formas de insurreição armada, procurando afastar Getúlio Vargas do poder. Empunhando a bandeira da constitucionalização do país, os conspiradores mobilizaram amplos setores da população em torno de organizações como o MMDC e a Liga de Defesa Paulista.
Iniciado o conflito bélico, São Paulo realizou um gigantesco esforço de guerra: suas indústrias passaram a produzir armas e munições, as mulheres foram recrutadas para o trabalho de retaguarda (hospitais e aprovisionamento das tropas) e os homens partiram para a luta em batalhões de voluntários tão entusiastas quanto mal municiados.
Mas São Paulo estava sozinho. Levantes simultâneos fracassaram no rio Grande do Sul, em Minas, Mato Grosso e em outros pontos do país.
Completamente cercados, os paulistas conseguiram resistir durante três meses, numa luta sangrenta, desesperada e sem qualquer possibilidade de vitória.
Esmagado o levante, seria mantido o processo de constitucionalização do país, realizando-se eleições em 1933. Vargas, porém, havia eliminado o maior bolsão de resistência e consolidado seu governo.