Arqueologia na Escola: ação educativa propõe escavação simulada

07/07/2011 - 02h07

Despertar o interesse dos alunos do Ensino Fundamental pela Arqueologia e pela experiência do fazer científico – este é o principal objetivo do projeto piloto “Arqueologia na Escola”. Esta ação educativa é uma realização da Secretaria Municipal da Cultura e Fundart, por meio do MAPA (Museu de Arqueologia e Paleontologia de Araraquara) e GEA (Grupo de Estudos Arqueológicos) da Fundação Araporã.
“Arqueologia na Escola” tem como um de seus objetivos mostrar que a Arqueologia é uma ciência com teoria, métodos e técnicas próprias e que permite relacionar diversos conhecimentos, proporcionando realizar um trabalho multidisciplinar dentro e fora da sala de aula - e não apenas entender a Arqueologia como um apêndice da História e da Antropologia.
A ideia é que as ações educacionais do projeto auxiliem na compreensão dos conteúdos escolares, já que colocam em prática o conhecimento aprendido em sala de aula. Atualmente, o projeto, sob coordenação do professor Iury Angelotto Pires (GEA-Fundação Araporã), é desenvolvido em parceria com a Escola Pueri Domus - onde foi implantado o projeto piloto. A finalidade é mostrar aos alunos o fazer científico, ou seja, mostrar de forma prática como o conteúdo que estão estudando em sala de aula e apresentado na escola é produzido por meio da investigação científica.
A gerente pedagógica cultural dos Museus Municipais, Virgínia de Gobbi, acredita que “a realização da atividade propicia ao MAPA uma interatividade maior que aproxima a ciência, do ponto de vista acadêmico, com o fazer ciência de maneira lúdica, contribuindo para a consolidação de um museu vivo e interativo”.
A intenção da Secretaria Municipal da Cultura é, a partir do ano que vem, realizar esta atividade com crianças da rede pública municipal, para atender um número maior de alunos e, com isso, divulgar o MAPA e ampliar o conhecimento das áreas que o museu disponibiliza.
De acordo com a secretária da Cultura, Euzânia Andrade, foram realizados contatos com a Escola Pueri Domus para que, em contrapartida ao projeto que foi realizado com seus alunos, sejam disponibilizados equipamentos, instrumentos e alguns materiais para a continuidade do projeto em 2012, com os alunos da rede pública municipal. “A diretora do Pueri Domus, Laís Nogueira de Almeida, prontamente confirmou o pedido, numa atitude de reconhecimento para a ampliação do projeto para outros âmbitos do setor educacional de nossa cidade", ressalta a secretária. Etapas - O projeto está estruturado em várias etapas. O primeiro passo foi a realização de uma Oficina de Cerâmica Indígena, que envolveu as disciplinas de “História” e “Artes”, e foi dividida em duas partes.
Inicialmente, os professores Iury Angelotto Pires (História) e Vanessa Mesquita (Artes) foram capacitados nas dependências do CECRAD (Centro de Conservação e Recuperação de Acervos Diversos) pela professora Maria Laura Scarpa (Fundação Araporã-GEA) e pela gerente Virginia de Gobbi. O objetivo foi orientar os professores sobre a importância da cultura material indígena, e apresentar a técnica de manufatura do “acordelado”, que é utilizada por praticamente todas as populações ceramistas na confecção de potes, vasos e utensílios.
No segundo momento, alunos e pesquisadores do GEA e Fundação Araporã realizaram a mesma oficina, com 24 alunos do 6º ano nas dependências da Escola Pueri Domus. Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer e aplicar a técnica confeccionando potes cerâmicos.
Por meio da oficina e das aulas de História, os alunos aprenderam que a confecção de objetos de cerâmica implica uma forma de preservar a cultura tradicional, passada através de gerações desde a pré-história, e utilizada até hoje para inúmeros fins.
Depois, foi realizada uma palestra com o arqueólogo Prof. Dr. Robson Rodrigues, que apresentou informações a respeito da ciência arqueológica e sobre a atuação do arqueólogo. 

Escavação 
A última atividade desenvolvida foi a “Escavação Arqueológica Simulada”, onde os alunos realizaram uma escavação em um sítio arqueológico montado pelos integrantes do GEA, sob a orientação de Robson Rodrigues. A atividade foi possível devido à disponibilização do espaço de uma fazenda de um pai de aluno participante do projeto, para a realização da Escavação Arqueológica.