Chediek participa de palestra sobre a Revolução Constitucionalista de 1932

Encontro visava esclarecer o motivo da guerra que deu origem ao feriado de 9 de julho aos paulistas

07/07/2011 - 02h14

O vereador Elias Chediek (PMDB) participou de palestra organizada pelos colégios Objetivo e COC de Araraquara realizada na manhã desta quarta-feira, 06, no Auditório Principal do Centro Universitário de Araraquara – UNIARA. A discussão, conduzida pelo professor de história Marcos Tadeu, girou em torno das causas e conseqüências da Revolução Constitucionalista de 1932, a ser comemorada no próximo dia 09 de julho em todo o Estado de São Paulo. Tal data marcou o início da guerra, que tinha como principal meta derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas.
Durante três meses, paulistas lutaram pela democracia no Brasil, e não pelo separatismo do Estado. Além disso, era discursada pelos combatentes – cerca de 200 mil voluntários - a necessidade de ser instituída uma Constituição no país.
“Representando Araraquara, 541 cidadãos, uma mulher, despiram a blusa e vestiram a farda. Seis morreram em combate. Jaú, cidade ainda menor, contou com a participação de 750 soldados, a maioria vindos da tradicional família Almeida Prado”, explicou o professor.    
Nas trincheiras, usava-se uma novidade tanto referente a armamento quanto à vestimenta. Capacetes de aço, que se tornaram obrigatórios após a 1ª Guerra Mundial, e granadas de mão serviam como instrumentos para lutar com o inimigo, que no caso eram todos os outros Estados - somente Maracaju, hoje Mato Grosso do Sul, prestou algum tipo de apoio aos paulistas. Essas e outras relíquias puderam ser apreciadas pelo público ao final da palestra, que teve a presença de um ex-soldado araraquarense, Sr. Thyrso de Almeida Leite, de 98 anos.
As histórias contadas pelo professor Marcos Tadeu o fizeram lembrar fatos importantes, como a morte dos jovens Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, fato registrado na história como MMDC.
Após o ocorrido, a sigla se transformou em símbolo da organização secreta contra o governo da ditadura. Mesmo com tanto derramamento de sangue, o grupo paulista não atingiu seu ideal militarmente. No dia 02 de outubro, foi assinado um documento que declarava o abaixar das armas e, consequentemente, vitória governista.  “Pode-se considerar que os paulistas alcançaram seus objetivos, mas isso depois do fim da guerra. A Constituição foi promulgada no ano de 1934, tendo como um dos princípios as eleições diretas”, contou Marcos.


Significado da Bandeira de São Paulo pós-revolução
Branco: Dia
Preto: Noite
Vermelho: derramamento de sangue
Azul: utilizada no desenho do mapa do Brasil por ser considerada uma cor nobre
4 estrelas amarelas: pontos cardeais

“Credo Paulista” de Guilherme de Almeida 
"Creio em São Paulo todo-poderoso, criador, para mim, de um céu na terra; e num Ideal Paulista, um só glorioso, nosso senhor na paz como na guerra, o qual foi concebido nas 'bandeiras', nasceu da virgem alma das trincheiras, padeceu sob o jugo dos invasores; crucificado, morto e sepultado, desceu ao vil inferno dos traidores, mas para, um dia, ressurgir dos mortos, subir ao nosso céu e estar sentado à direita do Apóstolo-Soldado, julgando a todos nós, vivos ou mortos.
Creio no pavilhão das Treze Listas, na santa união de todos os paulistas, na comunhão da Terra adolescente, na remissão da nossa pobre gente, numa ressurreição do nosso bem, na vida eterna de São Paulo. Amém!"
Thyrso de Almeida Leite, um cidadão araraquarense desde 2005O ex-soldado da Revolução Constitucionalista de 1932, Thyrso de Almeida Leite, hoje com 98 anos, recebeu título de cidadão araraquarense por iniciativa do vereador Elias Chediek. A celebração aconteceu no ano de 2005 no plenário do antigo prédio da Câmara Municipal, localizado na Avenida José Bonifácio. Thyrso nasceu aos 13 de abril de 1913 na cidade de Taiuva (SP), e mudou-se para a capital dois anos depois. Somente no final da década de 50 passou a freqüentar Araraquara, onde trabalhou de 1959 a 1967. A convite dos prefeitos Rômulo Lupo e Waldemar de Santi, prestou serviços na Comissão Central de Esportes – CCE - como escriturário, vice-presidente e presidente.