Novo técnico das Guerreiras Grenás é ex-jogador da Ferroviária e treinador desde 2006
24/05/2016 - 23h49
O técnico João Batista foi oficializado, na noite desta segunda-feira (23), como novo comandante das Guerreiras Grenás. Hoje pela manhã (24), João Batista já conduziu seu primeiro treino. Antes de começar os trabalhos, o treinador conversou com atletas e membros da comissão técnica e falou como pretende conduzir a equipe. Ele ressaltou que não encara o futebol feminino como amador e que, apesar da experiência como treinador de clubes masculinos, está preparado para treinar atletas profissionais, independente de serem homens ou mulheres.
João Batista, 49 anos, nasceu em Terra Rica-PR e atualmente mora em Américo Brasiliense-SP. Iniciou sua carreira como jogador profissional (volante) em 1988, revelado pelo União de Rondonópolis-MT. Teve passagens por diversos clubes do interior paulista, como Independente de Limeira, Portuguesa, São José, XV de Piracicaba, Rio Preto e Atlético Sorocaba, e também pelo Tampa Bay, dos Estados Unidos. Defendeu a Ferroviária de 1992 a 1995. Em 2006, tornou-se técnico do Osvaldo Cruz-SP, conquistando o acesso à série A2. Em seguida, comandou equipes como Campinas, Batatais, Inter de Limeira, Matonense, Grêmio Barueri e Atlético Itapemirim-ES – até abril de 2016.
O jogo de estreia de João Batista à frente da Ferroviária será pelo returno da primeira fase do Campeonato Paulista, neste domingo (29/5). O adversário da Ferroviária é o XV de Piracicaba, às 15h, fora de casa – a primeira partida entre as equipes, em abril, terminou empatada em 1 a 1.
Confira a seguir uma entrevista com o técnico João Batista:
Como foi seu primeiro contato com o futebol feminino?
Há um ano, após o Fabrício Maia assumir a coordenação da Seleção Brasileira Feminina, houve um primeiro contato para assumir a sub-20, mas na ocasião eu estava em um projeto bastante interessante e isso não pode ser concretizado. Desde então, tenho mantido contato e venho me aproximando da modalidade, buscando informações. Muitas coisas são novas, pois é um trabalho diferente. Mas o projeto aqui já é de longos anos e terei a colaboração de uma grande equipe, com profissionais muito competentes.
E o que você planeja para a equipe nesse primeiro momento?
Conhecer mais, me adaptar e, a princípio, dar continuidade ao trabalho. As mudanças que se fizerem necessárias virão aos poucos, com o decorrer do trabalho.
Qual será o maior desafio?
O futebol em si, no lado prático, nem tanto, mas é preciso respeitar algumas características diferentes do futebol feminino quando comparado ao masculino, principalmente em relação à força, à carga de trabalho. Estarei muito próximo dos profissionais que cuidam da preparação física para me aprofundar nisso o mais rápido possível. E no lado emocional, é claro que muda também. A sensibilidade da mulher se faz mais presente e às vezes a linguagem, a maneira de cobrar precisa ser diferente. No mais, a necessidade de ganhar é a mesma, a responsabilidade é a mesma.
O que espera do Campeonato Paulista?
É um campeonato difícil e a Ferroviária, pelo que é hoje e pelo que representa no futebol feminino e no futebol paulista, tem a obrigação de se classificar e de brigar pelo título. Estamos em um momento complicado em relação à composição do time, a equipe está desfalcada, mas tem em um ótimo nível e creio que, dando continuidade ao trabalho, será possível se classificar para a próxima etapa e brigar pelo título.