Educação forma profissionais para trabalho com alunos autistas

Fotógrafo: João Pires/LBF
30/07/2011 - 02h54

A Prefeitura de Araraquara, por meio da Secretaria Municipal da Educação, formou 60 profissionais entre professores, coordenadores e profissionais do Programa de Educação Especial para trabalhar em sala de aula com alunos com transtornos globais do desenvolvimento – autismo.
O objetivo, segundo Cássia Canato, gerente de Educação Especial, é responder às necessidades educacionais dos alunos que apresentam dificuldades na comunicação, sociabilização e/ou comportamento, algumas das principais características do autismo.
“A nossa maior dificuldade hoje ainda é ter o diagnostico do aluno autista, para poder elaborar um plano de ação a ser desenvolvido em sala de aula”, falou Cássia. “A formação vai ajudar o professor, que passa grande parte do tempo com a criança, a identificar os sintomas para trabalhar da melhor forma com o estudante, sempre buscando auxiliar no seu desenvolvimento”, disse.
Para a ministrante do curso, a psicóloga com mestrado em Educação Especial e especialização em autismo Maria Elisa Granchi Fonseca, o diagnóstico é percebido no dia-a-dia escolar. “A idéia é sugerir aos professores que observem como o aluno se comporta, como aprende e daí então, provocar situações que determinem uma análise geral da criança. A partir disso, o profissional procura adequações curriculares com foco no autismo para inclusão desse aluno”, explicou.

Tratamento precoce
Os sinais de autismo geralmente aparecem no primeiro ano de vida e sempre antes dos três anos de idade. A desordem é duas a quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas.
De acordo com Maria Elisa, apesar de acompanhar o individuo por toda a vida, uma vez que é um transtorno do desenvolvimento, o autismo pode ser melhor trabalhado quando descoberto precocemente. Isso pode ajudar na diminuição da deficiência intelectual, que varia entre nuances que vão de leves a graves.
“O diagnóstico é fundamental, pois a partir disso podemos, com apoio da família, começar o tratamento com uma equipe multidisciplinar, e a tendência é sempre melhorar. Tivemos casos de melhora clara dos sintomas, onde as crianças começaram a falar e aprender. Tudo é adaptabilidade”, descreveu Maria Elisa.
“O alerta aos pais é: percebeu que a criança demora pra começar a falar ou apresenta desinteresse por brincadeiras comuns a sua idade, leve ao médico. Não adote o famoso ‘vamos esperar um pouquinho’, porque o autismo não pode esperar”, destacou a especialista.