Ruth Cardoso: Fragmentos de uma Vida
13/04/2011 - 04h17
O livro “Ruth Cardoso: Fragmentos de uma Vida”, do escritor araraquarense Ignácio de Loyola Brandão, é uma bela e justa homenagem à socióloga, antropóloga e primeira-dama do Brasil de 1995 a 2002. A opinião é do deputado estadual e ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, que participou da festa de lançamento do livro, nessa segunda-feira à noite, no Teatro Municipal. A noite de autógrafos trouxe a Araraquara, também, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.
“Como socióloga, antropóloga, estudiosa do Brasil, ela sempre acreditou e trabalhou para a construção de um país melhor, com inclusão social por meio da educação. Dona Ruth foi um exemplo de intelectual. Uma professora, uma doutora que fez de suas pesquisas um instrumento para a ação social”, disse Edinho.
O ex-prefeito lembrou que, como primeira-dama, Ruth Cardoso esteve duas vezes na cidade, o que só confirma o seu carinho por Araraquara. “Em 2008, depois de ela ter nos deixado, fizemos uma homenagem a ela, dando o nome de Ruth Cardoso à escola municipal do Jardim Maria Luiza”.
Considerada modelo, a escola foi eleita prioridade pela população no Orçamento Participativo e recebeu investimento de R$ 3 milhões entre obras e equipamentos. “Penso que cidade materializou um sonho de dona Ruth ao entregar uma escola municipal com aquela estrutura à comunidade”, acrescentou.
Nascida em Araraquara, Ruth Cardoso deixou a cidade na juventude, mas antes motivou muitas vindas do então estudante de Ciências Sociais Fernando Henrique até aqui. “A Ruth era muito bonita e muito inteligente, eu não sei como a conquistei, pois era tímido e a concorrência era grande”, brincou FHC na festa de lançamento do livro.
O ex-presidente também relatou que para chegar a Araraquara, nos anos 50/60, enfrentava quilômetros de estrada de terra. “Era uma aventura, pois a estrada asfaltada ia só de São Paulo a Campinas, o resto era chão batido”, contou.
FHC enfatizou que o trabalho de Ruth Cardoso foi quem a fez conhecida e respeitada no meio acadêmico e também nos mais diferentes segmentos sociais. “Pessoa grande foi a Ruth. Eu fui presidente, mas ela marcou com suas ações”, disse emocionado.
O ex-presidente revelou ter sugerido à Editora Globo a escolha de Ignácio de Loyola Brandão para escrever a biografia de Ruth Cardoso. “Ambos são araraquarenses e o Ignácio sempre se mostrou um apaixonado pelo trabalho da Ruth”.
Loyola disse ter conhecido Ruth Cardoso em 1995, numa entrevista. “Me apaixonei por ela, independente do presidente, porque ela deu peso à expressão primeira-dama”. O escritor enfatizou que o fato de retratar a vida da ex-primeira dama facilitou seu trabalho. “Fica fácil escrever quando o personagem tem a grandeza de Ruth”.
