O Festival SESC Melhores Filmes foi criado em 1974
13/04/2011 - 04h20
Criado em 1974, o Festival SESC Melhores Filmes oferece ao público a oportunidade de ver ou rever o que passou de mais significativo nas telonas, ao longo do ano que antecede o evento: os filmes que participaram da votação em 2011 são aqueles lançados nas salas de cinema em 2010.
A mostra, itinerante e anual, está em nova edição. O SESC Araraquara, que compõe seu roteiro, exibe até 17/4 quinze dos quarenta e dois filmes que formam a programação.
Em 13/4, quarta-feira, chega a vez de “A Vida Durante a Guerra”. Vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza, a trama traz duas irmãs às voltas com problemas peculiares e pessoais. Sem possuírem controle sobre suas vidas, se vêem envolvidas com dilemas do passado – eventos que deixaram marcar indeléveis e impossíveis de serem deixadas pra trás. Dirigido por Todd Solondz, dá continuidade aos eventos mostrados na película “Felicidade” e será exibido às 19h. Na sequência, “Reflexões de um liquidificador”, de André Klotzel, diverte aqueles que gostam de doses de humor negro. A película conta a história de uma dona de casa, intrigada com o desaparecimento de seu marido. Sem possuir amigos confiáveis, ela confessa os segredos de seu cotidiano para um liquidificador que possui em sua cozinha. O comportamento característico da senhora desperta a atenção de curiosos, e também de um delegado de policia, disposto a provar que ela pode ser a culpada pelo sumiço do próprio parceiro. Protagonizado por Ana Lúcia Torre, o filme chega às nossas telas às 21h.
“Utopia e Barbarie” inicia a programação do dia 14/4, quinta-feira. O documentário de Silvio Tendler retrata os dilemas das gerações que viveram/vivem após a Segunda Guerra Mundial – período em que confrontos e guerras surgiram com maior intensidade ao redor do globo: ele lança um olhar sobre aspectos das relações políticas, de poder e econômicas mundiais e ainda aborda o poder de transformação pessoal que períodos do tipo possuem. Com relatos de Dilma Roussef, Augusto Boal, e pessoas que vivenciaram esses anos política ou culturalmente, “Utopia e Barbárie” será exibido às 18h.
A sessão seguinte apresenta a nova edição do projeto “Encontro com o Diretor”, onde o responsável por uma das películas exibidas na programação fala sobre seu processo de criação num bate-papo com o público. Rodrigo Siqueira, criador do documentário “Terra Deu, Terra Come”, abordará o seu processo de produção e aspectos da história narrada – a saga de Pedro de Almeida, um garimpeiro de 81 anos de idade da cidade de Diamantina, Minas Gerais, que prepara um funeral para seu amigo João Batista e expõe ao público um pouco do lado místico e as crendices dos habitantes dessa região.
A conversa acontece após a exibição da película. A sessão de “Terra Deu Terra Come” terá início às 20h. Em 15/4, sexta-feira, serão apresentados dois filmes que trazem, no centro da trama, personagens que escondem segredos e incômodos inconfessáveis: em “O Pecado de Hadewijch”, de Bruno Dumont, uma freira recém expulsa do convento decide enfrentar o mundo real e algumas mazelas peculiares sobre sua própria personalidade. A película será exibida às 19h. Pouco depois, “Vincere”, do diretor Marco Bellocchio, lança um olhar polêmico sobre a biografia de Benito Mussolini, mostrando ligações familiares que o ex-ditador preferiu ignorar durante toda sua vida – e a saga de uma mulher em busca do reconhecimento e do amor. Produzido na Ítalia e França, sua sessão acontece às 21h.
O dia 16/4, sábado, enfileira dramas contundentes que chegaram as telas no ano passado:
“Aproximação”, de Amos Gitai, introduz ao publico Ana, uma jovem que, após a morte do pai, vê segredos familiares virem à tona: estimulada a descobrir mais sobre fatos de seu passado, viaja para Israel, que enfrenta o período de retirada das forças armadas. A viagem promete choques de diversos tipos: com os seus próprios pensamentos, e também com o novo ambiente que a cerca.
Estrelado por Juliette Binoche, será exibido às 14h. Em seguida, “London River – Destinos Cruzados”, é o retrato comovente e corajoso de dois estranhos que se unem pelo mesmo propósito: procurar por seus filhos desaparecidos na capital londrina. A jornada traz surpresas de diversas naturezas aos dois incautos, que deverão demonstrar coragem para superar certos golpes. Dirigido por Rachid Bouchareb, é a atração das 16h.
Duas produções latinas finalizam a programação do Festival em nossa unidade, no dia 17/04, domingo: de Petrus Cariry, o brasileiro “O Grão” mistura a dura realidade do nordeste a fábulas fantasiosas na ótica de Perpétua, uma senhora, que prestes a morrer, conta ao seu neto a história de um rei e uma rainha que almejam trazer o filho morto de volta à vida. Ficção e realidade irão se misturar de forma inesperada na vida dos personagens, durante os preparativos de um casamento. O público poderá conferir o resultado às 14h.
Já às 16h, o argentino Daniel Burman conta a história de parentes vivendo no limite da tolerância em “Dois Irmãos”. Trazendo um incrível jogo de cena de Graciela Borges e Antonio Gasalla, a história de amor e ódio vivida por uma dupla de irmãos ganha contornos sarcásticos, críticos e comoventes. A produção encerra a seleção do Festival SESC Melhores Filmes em Araraquara com humor refinado, às 16h.
A programação do 37º Festival SESC Melhores Filmes é gratuita. Os ingressos para cada sessão podem ser retirados com uma hora de antecedência na Central de Atendimento.