Memória e história marcaram inauguração do Museu Ferroviário

O museu ferroviário “Francisco Aureliano de Araujo” foi reaberto em noite de homenagens. O evento, parceria entre o Centro Universitário de Araraquara – Uniara, a Secretaria Municipal de Cultura, a Fundart, a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF e Associação de Ferreomodelismo de Araraquara – AFA, aconteceu a partir das 20h na antiga plataforma de embarque da estação.
Diversas autoridades estiveram presentes na solenidade, como o prefeito municipal Marcelo Barbieri, o representante da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Ivo Borges de Lima, vereadores, secretários e representantes das instituições parceiras, que, na oportunidade, relembraram a história e a importância da estrada de ferro para o desenvolvimento da cidade e região.
Foram realizadas também homenagens às pessoas que contribuíram para a história e a realização do museu, como Antônio Tavares Pereira Lima, Geraldo Candido Jader Lessa Cesar, Manoel Marques de Jesus Júnior e a viúva de Francisco Aureliano de Araujo. O chefe do Departamento de Ciências Humanas e Sociais da Uniara, professor Mivaldo Messias Ferrari e o vice-presidente da AFA e também programador da Rádio Uniara, Marcos “Bomba” Claudino, receberam das mãos do prefeito um totem em comemoração aos 194 anos da cidade de Araraquara.
Com o intuito de ressaltar e reviver memória ferroviária de Araraquara, o evento contou também com personagens caracterizados em roupas de época e danças típicas de países como a Itália, Portugal e Japão, principais imigrantes da região na época.

Pare! Olhe! Escute!

Originalmente, a estação foi inaugurada em 1885, em prédio modesto, que funcionou até 1912, quando foi erguido o prédio que atualmente constitui o museu. Em 1990, a ABPF conseguiu o primeiro andar do prédio da estação para a sua instalação. “Ele estava em condições lamentáveis, mas, com a ajuda de algumas empresas, conseguimos reformá-lo para receber o acervo”, conta Geraldo Godoy, assessor de Relações Públicas da diretoria nacional da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária e responsável pelo núcleo regional de Araraquara.
O museu, um dos mais importantes do Estado de São Paulo, foi inaugurado em 6 de junho de 1992, contando, além do acervo, com a Locomotiva EFA nº 9, devidamente restaurada e colocada em funcionamento em um trecho de 400 metros no próprio local. Entretanto, no ano de 2000, com a privatização da malha ferroviária de São Paulo, a nova concessionária Ferroban – Ferrovia Bandeirantes S/A – exigiu a imediata desocupação do museu. “Sem local para depositar o acervo, a prefeitura de Ibitinga se prontificou a receber o material como empréstimo”, afirma. Tudo ficou sob os cuidados de Ibitinga por quatro anos.
Mais tarde, a ABPF procurou o reitor da Uniara, professor Luiz Felipe Cabral Mauro, pedindo lugar para guardar todos os objetos em Araraquara até a reinauguração do local. 
No tempo em que o museu ficou fechado, a AFA desempenhou um papel de “protetora” do prédio, principalmente aos finais de semana, e a Prefeitura cedeu uma sala para suas maquetes.
O professor de história Mivaldo Messias Ferrari acredita que reabertura do museu representa um grande benefício para a Araraquara. “Lá, a memória ferroviária ficará preservada e quem sabe, posteriormente, o espaço possa ser utilizado para passeios turísticos de trem, para o qual já existe um projeto elaborado pela ABPF”, finaliza.
O museu fica localizado na Avenida Antonio Prado, s/n – Centro. A entrada é gratuita.