DIG prende mãe e filha acusadas de matar PM

Irmão de acusado está foragido: Crime foi passional

Autor: Jonas Valente - Repôrter Agência Brasil
05/06/2019 - 00h37

Polícia

A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Araraquara, prendeu ontem à tarde (4) duas mulheres – mãe e filha – suspeitas de envolvimento direto na morte do cabo da Polícia Militar, Elias Matias Ribeiro, de 49 anos. A vítima foi queimada dentro de seu próprio carro em um canavial por volta das 2h30 de ontem. Um homem – irmão de uma das acusadas - foi quem teria matado o policial com diversas marretadas - de dez quilos - na cabeça.

Ele está foragido. A motivação do crime foi passional. A mãe se sentiu traída porque Matias começou a sair com a filha mais nova e armou uma emboscada para matar o policial. Mãe e filha confessaram o crime. Em depoimento ao delegado Fernando Bravo, disseram que a mãe – Jaciane Maria, de 40 anos - namorava o Cabo Matias havia cinco meses.

Durante o relacionamento, o policial passou a sair com a filha mais nova dela, uma jovem de 20 anos. Ela pediu ajuda ao policial para resolver alguns problemas pessoais. Ele acabou mantendo relação sexual com a jovem e filmou a relação. O vídeo entre o casal apareceu e revoltou a mãe e a filha mais velha, Larisa de 22 anos, presa ontem. Jaciane combinou com o tio, Genivaldo da Silva, de 54 anos, - que já possuía a chave para entrar na casa – de matar o policial. Ambos premeditaram o crime sem dar chances de defesa ao policial militar. Segundo Bravo, a mãe, filha e o irmão chamaram a vítima para ir à casa da família. Jaciane e Matias namoravam no quarto do casal. O tio entrou e deu uma marretada na cabeça de Matias. Ele desmaiou e recebeu outras quatro. O trio colocaram o policial dentro de seu carro – uma SUV Tucson – com o colchão todo ensanguentado. Ao chegar no canavial, entre Araraquara e Américo Brasiliense, o veículo foi incendiado. Não foi esclarecido como eles conseguiram combustível para atear fogo no carro.

O tio – que tem o nome preservado – está foragido. Na casa dele, policiais encontraram a marreta usada no crime. Segundo o policial, Larisa não esclareceu porque participou do crime ao saber que o policial se relacionou com a sua irmã. “A gente entende que ela também tomou conhecimento e ficou indignada com o relacionamento entre os dois”, comenta Bravo. O delegado representou pela prisão das duas com base no homicídio qualificado, por motivo fútil, recurso que impediu a defesa da vítima, junto com a destruição do corpo. Matias era muito querido por colegas e amigos. De sorriso fácil e constante, ele transmitia alegria e sempre tinha uma palavra amiga. Matias nasceu em Araraquara. Mas trabalhou em São Carlos no Corpo de Bombeiros. Atualmente estava na infantaria e era motorista do tenentecoronel Adalberto José Ferreira, comandante do 13º Batalhão, em Araraquara. Em 2010, foi escolhido como “Bombeiro do Ano”. Também assessorou o Comando dos Bombeiros de São Carlos como auxiliar administrativo. No ano seguinte, Matias representou os bombeiros de São Carlos nos XIV Jogos Mundiais de Policiais e Bombeiros, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. O policial se juntou a outros 150 bombeiros e policiais brasileiros que participaram dos jogos em alusão, na época, aos 10 anos da queda das torres gêmeas. Foram mais de 17 mil atletas de 70 países na lembrança ao ataque terrorista contra do World Trade Center no dia "11 de Setembro", tragédia que chocou o mundo, onde morreram 2.996 pessoas, dentre elas, bombeiros e membros de equipes de socorro.