Pesquisa da Uniara mostra os danos da privação do sono em pacientes com apneia

Trabalho de professor de Medicina da instituição é considerado o melhor do país na área em Congresso Brasileiro de Otorrino

17/09/2011 - 03h18

Um estudo desenvolvido pelo professor do curso de Medicina do Centro Universitário de Araraquara – Uniara, Marcos Marques Rodrigues, mostra que 40% dos pacientes com apneia do sono estão sujeitos ao agravamento de doenças cardiovasculares e metabólicas, além de consequências negativas no trabalho e na vida pessoal em função da baixa produtividade, perda de humor e sonolência provocadas pela doença.
A pesquisa foi premiada no 41º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, ocorrido entre os dias 6 e 10 de setembro, na cidade de Curitiba, Paraná. O trabalho apresentado pelo docente, intitulado “Avaliação da Prevalência e Influência da Privação Crônica do Sono em Pacientes com Síndrome da Apneia no Sono”, concorreu na área de medicina do sono.
“A apneia do sono é uma doença que atinge cerca de 30% da população. O paciente tem paradas respiratórias durante a noite e, assim, pode desenvolver hipertensão, diabetes e ter o risco aumentado de enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC)”, explica Rodrigues.
Ele comenta que os pacientes se queixam de baixa produtividade laboral e baixo rendimento cognitivo. “A privação crônica de sono (PCS) também leva à sonolência diurna e irritabilidade”, comenta.
O trabalho do professor foi avaliar a influência desses distúrbios nos pacientes. “A PCS é muito comum em pacientes com síndrome da apneia e tende a piorar seus sintomas e as consequências da doença”, revela Rodrigues.
O docente não esconde o orgulho pela premiação. “Foi o melhor trabalho do Brasil na área de medicina do sono, desenvolvido na Uniara pela disciplina de Otorrinolaringologia. Foi bom para representar a instituição no Congresso Brasileiro e ter o reconhecimento do meu trabalho”, finaliza.

Pesquisa
A pesquisa analisou 107 pacientes com apneia do sono, nos quais foram desenvolvidos procedimentos, como avaliação laboratorial, que consistiu na realização de exame físico e de polissonografia, exame que detecta a qualidade do sono. Além disso, os pacientes também responderam a um questionário, baseado em dados do sono, mais conhecido na área médica como “diário do sono”.
O tratamento para pessoas que apresentam a apneia do sono pode ser realizado de duas formas, clínica ou cirúrgica. Na forma clínica, o tratamento se dá por meio da perda de peso, mudanças de hábitos e ou por meio do aparelho CPAP, sigla em inglês para pressão positiva e contínua em vias aéreas, que reverte às obstruções das vias aéreas durante o sono. A outra forma de tratamento é a realização de uma cirurgia para desobstruir as vias aéreas.
Para saber mais sobre o 41º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, acesse o site http://www.aborlccf.org.br/41cbo/