21/09/2011 - 02h06
Há algum tempo atrás, eu estudava teatro com a professora Sheila Rizzi, da Casa da Cultura de Araraquara. E nosso grupo estava ensaiando uma peça da famosa commedia dell'arte, Arlequim, e eu representaria o grandiloquente Dottore, que vivia soltando pérolas latinas ao vento, só pra mostras que era magistrado. Esse exemplo delineia bem o assunto que vamos discorrer abaixo.
Em todos os campos da Arte, como a Música, o Teatro, a Literatura etc, o desenvolvimento técnico é fundamental para se atingir a excelência artística. Todavia, existem artistas que rompem as barreiras da técnica e invadem um campo um tanto quanto desconfortável, que é o do exibicionismo gratuito. Não estou dizendo que virtuosismo seja errado, mas usá-lo todo o tempo sim, é extremamente enfadonho! Sejam músicos solistas que fazem questão de rajar aqueles solos na velocidade da luz em todas frases da música, sejam escritores que fazem questão de escrever frases de efeito ininteligíveis apenas para mostrarem sua intelectualidade! Ridículos, já não bastam nossos companheiros de Brasília?
Portanto, creio que técnica seja importantíssima, mas às vezes privilegiar o feeling no lugar do barulho oco seja muito mais bonito! E tenho dito...
