Mapa passa por mudanças para melhor atender o público e se tornar mais didático

22/09/2011 - 02h43

O Mapa – Museu de Arqueologia e Paleontologia de Araraquara - a partir desta quinta-feira (22), irá passar por uma reestruturação na sala de exposição da área de Arqueologia, a que abriga o seu acervo permanente. Para tanto, esta sala e a entrada principal do museu permanecerão fechadas até a conclusão dos trabalhos. Os visitantes terão acesso à área de Paleontologia do Mapa, pela entrada lateral, localizada na Avenida Portugal.
A concepção da exposição de longa duração, intitulada “Mapa: múltiplos olhares”, faz parte de um trabalho mais amplo, iniciado em fevereiro de 2010, destinado a construção do Plano Museológico do Mapa. “Esse documento será uma ferramenta fundamental para o planejamento das atividades do museu nos próximos cinco anos”, conta a secretária municipal da Cultura, Euzânia Andrade.
A exposição apresenta os resultados das discussões realizadas pelo grupo de estudos arqueológicos, partindo da história do museu, seus objetivos, as ações em desenvolvimento, contando ainda com dois cenários: os primeiros habitantes da região e diversidade indígena.
“A ideia é trazer uma expografia contemporânea e atrativa que reflita uma arqueologia inovadora, que estuda o passado a partir das questões do presente. Questões como a função social do museu e da arqueologia, identidades culturais e desenvolvimento sustentável estarão presentes na exposição”, conta acoordenadora geral da reestruturação, a arqueóloga Camila Moraes Wichers.
Além das vitrines e cenários, o local contará com painéis fixos para explicar assuntos relacionados à arqueologia e aos sítios arqueológicos. Uma linha do tempo deverá situar o visitante com a arqueologia, por meio de um contexto pré-colonial e mesmo histórico.
Uma sala com pufes, para deixar o visitante à vontade, assim como adesivos com pegadas humanas e de dinossauros, acrescentam mais lúdico ao museu.
A outra novidade: durante esses últimos 18 meses de trabalho foram selecionadas peças mais representativas das coleções do museu, as quais estarão expostas nos gaveteiros, permitindo que o visitante aprofunde os seus conhecimentos de acordo com seu interesse. Objetivos - De acordo com Euzânia, "a Secretaria Municipal da Cultura, que é a responsável pelo Museu, tem como objetivo suscitar o interesse do público sobre o universo da Arqueologia e da Paleontologia, para buscar uma visão mais ampla sobre o assunto e a história em nossa cidade”.
Segundo Virgínia De Gobbi, gerente da Secretaria Municipal da Cultura, "o Mapa, hoje, é uma referência como uma das maiores e melhores coleções de arqueologia do interior de São Paulo, nas linhas de pesquisa de materiais em cerâmica e líticos, e  possui um acervo de mais de 40 mil peças, sendo que 90% delas estão armazenadas na reserva técnica, no CECRAD - Centro de Conservação e Recuperação de Acervos Diversos - Espaço Paulo Mascia, localizado na Praça Pedro de Toledo".
A curadoria prevê uma duração de 5 anos para a exposição. Para tanto, a secretária municipal da Cultura disse que a Prefeitura irá criar uma série de atividades que envolvam a comunidade com o Mapa. “Queremos trazer grupos especiais, escolares, de terceira idade – entre outros – para que tenham acesso ao Mapa e entendam a arqueologia que começa a ser despertada na cidade e região”, afirmou Euzânia.
O projeto tem como referência o trabalho de doutorado, na área de Museologia, da arqueóloga Camila, que assina a coordenação geral da reestruturação juntamente com Virgínia De Gobbi (coordenadora executiva) e Robson Rodrigues (arqueólogo, curador do acervo do Mapa). A equipe conta ainda com uma equipe multidisciplinar de peso: o arqueólogo Paulo Zanettini, a cenógrafa Cris Decot e as arquitetas Rita e Gabriela Farias. A exposição trará ainda um vídeo produzido com a direção do cineasta Guilherme Bonini.
O investimento na obra é de aproximadamente R$ 60 mil, tendo os recursos sidos captados em parceria com a Fundação Araporã e a empresa Zanettini Arqueologia, desde 2003. A verba é proveniente do endosso pela guarda dos acervos arqueológicos das pesquisas realizadas por empresas especializadas, com o aval do IPHAN, mediante publicação de portarias em diário oficial.
Como contrapartida, pelo fato do Mapa ser responsável pelo material que foi coletado e pesquisado, recebe um auxílio técnico-científico (recursos financeiros, humanos e materiais, como equipamentos permanentes e de consumo) para que venha a melhorar as condições de salvaguarda desses acervos, assim como promover cursos, oficinas, exposições e palestras que tratem de temáticas como: curadoria e conservação de acervos, educação patrimonial e pesquisas arqueológicas. A contrapartida da Prefeitura nesta reestruturação implica no fornecimento de mão de obra, basicamente de pedreiros e eletricistas.
A ideia é, num futuro próximo, também conseguir recursos para a montagem de uma exposição, nos mesmos moldes, para a área de Paleontologia do museu.