5º colocado, ciclista de Araraquara quer ser o primeiro do país

O ciclista Ivan Roberto de Oliveira, 42 anos, de Araraquara, conquistou a quinta colocação na prova de Resistência da categoria Master (faixa etária de 40 a 44 anos) do Campeonato Brasileiro de Ciclismo de 2011, realizada no mês de setembro, em São Joaquim da Barra – Rio de Janeiro. Ele competiu com outros 30 ciclistas de todo país (outros seis não se classificaram) e percorreu os 79 quilômetros e 200 metros em pouco mais de 1 hora e 56 minutos. Foi aí que ele teve a certeza de que estaba próximo de realizar um sonho: o de ser o ciclista número do Brasil em sua categoria, a Master.
No mesmo campeonato, Ivan também obteve a quinta colocação na prova do Contra-relógio Individual (faixa etária de 40 a 44 anos), percorrendo os oito quilômetros e 400 metros em pouco mais de 11 minutos e 42 segundos. O primeiro colocado chegou 40 segundos antes.
Outro excelente resultado no Brasileiro de Master, também na categoria Resistência, foi a classificação de Lauri Antonio Lunkes, que trabalha numa das lojas Bicisport, de Araraquara. Ele correu pela Dimensional/Itapira e foi o primeiro colocado com o tempo de uma hora, 56 minutos e 14 segundos.

História de superação
Ivan Roberto de Oliveira nasceu em uma família humilde e sempre morou na periferia de Araraquara. Pedreiro de profissão e buscando melhor colocação no mercado de trabalho na década de 1990, aceitou convite de um amigo e foi trabalhar numa oficina de conserto de bicicletas. Com o passar dos anos, o negócio cresceu e Ivan tornou-se sócio da loja. Hoje, ele é dono da Bicisport, uma das maiores lojas de montagem, venda e conserto de bicicletas e acessórios da região. 
Apaixonado pelo ciclismo, o empresário de sucesso sempre treinou por conta própria, ao lado de amigos ou sozinho, por prazer. Mas, em 2011, ele estabeleceu mais uma meta ousada em sua vida: consagrar-se o ciclista número um do Brasil. 
A primeira dificuldade foi se livrar dos 20 quilos a mais de seu corpo, o que conseguiu em poucos meses. Depois, aumentou o ritmo dos treinos e a distância percorrida a cada exercício. Disputou dezenas de competições e começou a subir os degraus dos pódiuns, ficando entre os três primeiros nas disputas regionais. Motivado, hoje está otimista em alcançar o topo.

Leia trechos da entrevista que o site folhacidade fez com Ivan:

No início deste 2011 você decidiu que queria ser o número um do ranking brasileiro de ciclismo. Como foi tomar essa decisão?
- Na verdade, meu objetivo inicial era ganhar o Campeonato Brasileiro, mas um pneu furado me tirou a chance de brigar pela vitória.

Você é um dos cinco melhores ciclistas do Brasil em sua categoria, a Master. Como se sente?
- Sinto que todo o meu trabalho de preparação e todo o esforço tem dado resultado. Tenho participado de ótimas provas, como a volta do Brasil de Master em Marilia, na qual conquistei a terceira colocação no geral, a volta de Goiânia, na qual conquistei a 10° colocação, e o campeonato paulista de resistência e de contra relógio, no qual fui campeão paulista de contra-relógio. Em todas essas provas obtive bons resultados e um bom ritmo, o que me deixa bem feliz.

Você trabalha seis dias por semana em suas lojas e compete, muitas vezes, com concorrentes que só treinam. Como consegue manter-se competitivo?
- Realmente tem que ter muita força de vontade para treinar à noite, após ter trabalhado de 8 a 10 horas. Atualmente, tenho treinado uma média de 450Km por semana, que dá uma média de 2 horas de treino por dia. É uma rotina cansativa, mas nunca é ruim se se faz o que gosta.
O que significa o ciclismo em sua vida?
- O ciclismo é minha vida, tudo que tenho veio dele. Tenho uma loja de bicicletas, de onde tiro meu ganha pão, e o meu bem estar é o ciclismo. O ciclismo me dá qualidade de vida e saúde, e para mim, é o esporte mais belo e competitivo que existe.

Você anunciou que vai ser o número um do Brasil. Acredita neste sonho?
- O ciclismo é um esporte que exige vários fatores, por exemplo: às vezes você se destaca do pelotão e anda ´escapado´, o que requer mais resistência ciclista, e às vezes a prova é decidida nos últimos 100 metros, o que requer mais explosão. Para ser o número um, é preciso ser completo, tanto com um bom sprint, quanto com um bom passo para andar sozinho.Atualmente sou um ciclista passista, e preciso melhorar meu sprint, mas acho que posso chegar a ser o melhor do Brasil.

Você corre pela Bicisport e com recursos próprios. Já tem planos para captar patrocínio de empresas para reduzir seus custos?
- No Brasil, primeiro você tem que mostrar resultado para depois conseguir alguma ajuda. Agora já penso em conseguir uma ajuda de custo, mas eu faço ciclismo porque amo a bicicleta, e fazer o que  eu gosto não tem preço.

Está se acostumando a subir no podium?
- Os bons resultados estão aparecendo com maior frequência este ano. Na 10ª etapa da Copa São Paulo, em Santa Rosa do Viterbo, dia 11 de setembro, conquistei o primeiro lugar. Ficar entre os três é realmente gratificante.