Lei de acessibilidade para deficientes visuais em agências bancárias é discutida na PARA-DV

Discussão será feita também em Audiência Pública

11/10/2011 - 02h10

Os vereadores Carlos Nascimento (PT) e Elias Chediek (PMDB) participaram nesta segunda-feira, dia 10, de reunião na sede da Associação o Apoio e a Integração do Deficiente Visual (PARA-D.V.). O objetivo do encontro foi discutir o projeto de lei, de autoria de Nascimento, que trata da acessibilidade das pessoas com deficiência visual aos serviços de auto-atendimento das agências bancárias situadas no município, ouvindo as sugestões de quem verdadeiramente faz parte do processo.
A medida inicial elaborada pelo vereador dispõe sobre a instalação de equipamentos e mobiliários adaptados para o uso de pessoas com deficiência visual, e detalha que deve haver na agência, ao menos um caixa eletrônico com teclado e botões dotados de inscrições em Braile em conjunto com sistema de áudio individual. Pede ainda a colocação de piso adaptado com a finalidade de facilitar a mobilidade e deslocamento no local onde houver o auto-atendimento, além de placas e indicativos em Braile. A medida se aplicaria também aos correspondentes bancários que possuírem serviço de auto-atendimento.
As sugestões apresentadas serão incorporadas pelo texto do projeto, que será ainda, discutido mais amplamente em Audiência Pública, a ser realizada daqui a duas semanas, com a presença de um Defensor Público, e de pessoas ligadas à Administração Municipal que trabalham na construção das políticas públicas voltadas para as pessoas com deficiência.
A discussão acabou sendo ampliada, quando os deficientes visuais apresentaram uma série de outras dificuldades que enfrentam diariamente, desde o transporte coletivo, acessibilidade e mobilidade urbana. “Dá prá escolher onde vai trombar”, foi a frase ouvida na reunião enquanto era dada a explicação dos vários problemas encontrados pela cidade. Até a cultura do cidadão em relação ao deficiente visual foi comentada. “A pessoa não desvia do cego na rua. Ela espera que o cego desvie dela”.
“O maior problema é que parte da sociedade ainda tem dificuldade de acreditar na capacidade de movimentação e de inserção social da pessoa com deficiência”, relatou Nascimento. “O texto do projeto de lei ganhou uma grande contribuição, e acredito que na Audiência Pública, outras sugestões poderão ser incluídas”, disse. A Audiência Pública deve ocorrer no Plenário da Câmara Municipal.