Assunto foi abordado no “Canal Direto com a Prefeitura” desta terça-feira (13), com transmissão ao vivo pelo Facebook; confira orientações e telefones para buscar ajuda
Fotógrafo: Yuri Sabino
13/09/2022 - 21h10
A campanha de prevenção do suicídio “Setembro Amarelo” foi o tema desta terça-feira (13) do programa “Canal Direto com a Prefeitura”, transmitido ao vivo pela página da Prefeitura de Araraquara no Facebook. O mês de conscientização faz alusão ao Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro).
O programa teve as presenças de Misael Henrique Emílio, coordenador de Assistência Especializada da Secretaria Municipal de Saúde, e de Gláucia Cristina Dias Harteman, gestora do CAPS-II (Centro de Atenção Psicossocial, especializado em saúde mental).
O trabalho de prevenção do suicídio é realizado durante todo o ano, mas passa por intensificação em setembro. Neste mês, dentro da campanha, as equipes da Prefeitura estão visitando unidades de saúde para promover roda de conversa com capacitação aos profissionais. O Espaço Crescer Infanto Juvenil também percorre escolas para palestras e rodas de conversa. A conscientização também inclui os centros de referência municipais, a Casa Abrigo, a Casa de Acolhida, a Penitenciária, a Fundação Casa, entre outros locais.
Os serviços especializados em saúde mental da Prefeitura são o CAPS-II (Saúde Mental), o CAPS-AD (Álcool e Drogas) e o Espaço Crescer (crianças e adolescentes até 17 anos, 11 meses e 29 dias). O atendimento pode ser feito diretamente, por telefone (veja números e endereços ao fim do texto) ou por encaminhamento das UPAs e das unidades de saúde.
Quem estiver precisando de ajuda também pode procurar os postos de saúde dos bairros ou, em caso de final de semana, qualquer uma das três UPAs (Central, Vila Xavier ou Valle Verde), que funcionam 24 horas por dia.
“Todos os dias, a gente tem inúmeras procuras nos serviços de saúde para atendimento de pessoas com pensamento suicida. É um trabalho constante, a todo momento, não só com a população que procura atendimento, mas também com a população dos territórios, nos bairros, com a Estratégia de Saúde da Família”, informou Misael.
A gestora do CAPS-II informou que a unidade disponibiliza um técnico de plantão que fica à disposição de todas as unidades de saúde. “Quando o profissional da atenção básica identifica uma pessoa no território [bairro], ele pode acionar o serviço. Se necessário, a gente já coloca o médico psiquiatra para fazer a discussão do caso e o paciente já começa a ser assistido”, disse Gláucia. “O tempo de acesso aos serviços de saúde pode ser determinante para o sucesso do tratamento dessa pessoa”, acrescentou.
Sinais
“Toda mudança de comportamento é sinal de que alguma coisa está acontecendo”, afirmou a gestora. “Uma pessoa que tinha um autocuidado, que cuidava da alimentação, que era sociável, e de repente começa a se isolar, a se descuidar, começa a faltar do trabalho, isso já é indicativo de que algo está acontecendo.”
Entre os fatores de risco para a tendência suicida, elencados pela especialista, o primeiro deles é perceber se a pessoa tem transtorno mental. “Muitos casos de suicídio são relacionados à presença de transtornos mentais. Dentre eles, a depressão. Quando a gente consegue identificar que a pessoa tem um sintoma depressivo, isso é fator de risco que tem que nos alertar”, relatou.
Outro fator de atenção é o uso de substâncias psicoativas, pois isso torna a pessoa mais impulsiva, mais vulnerável. Por exemplo, alguém que acaba exagerando na bebida e se colocando em situações de risco, como dirigir alcoolizada.
Um terceiro fator é verificar se a pessoa tem algum problema de saúde. “Às vezes, a pessoa recebe diagnóstico de uma doença incurável, incapacitante, e isso também torna a pessoa mais vulnerável”, explicou a gestora.
Por fim, o histórico de pessoas com transtorno mental na família também deve ser um fator de risco. “A gente tem um componente genético importante também na questão do suicídio. Quando você tem um quadro de depressão na família, isso te torna mais vulnerável. Se a gente consegue identificar, o paciente consegue acessar um serviço de saúde e ser cuidado”, afirmou Gláucia.
Segundo a gestora, é muito importante falar sobre esse assunto para conscientizar e levar orientação. “Precisamos desmistificar que falar sobre suicídio vai induzir a pessoa a cometer o suicídio. Não é verdade. É importante que as pessoas falem, se posicionem, identifiquem o sofrimento e ajudem a pessoa a acessar o serviço de saúde.”
Dor interna
O coordenador de Assistência Especializada destacou que é imprescindível estar atento aos possíveis sinais de uma pessoa que vem passando por problemas emocionais.
“Quando uma pessoa está ferida, está machucada, é fácil você identificar o ferimento e a dor da pessoa. O que você faz nesse caso? Você leva a pessoa para o cuidado médico, o cuidado de saúde. Quando a gente fala da questão emocional, a dor é interna. Não tem como a gente mensurar. Só a pessoa que está passando por esse momento vai saber o que de fato ela está sentindo. Por isso, é muito importante observar os sinais e indicar a procura de um serviço de saúde imediatamente para que consiga atenuar e reabilitar a pessoa para sua vida normal”, observou Misael.
“Sempre que a gente ouvir falas do tipo ‘cansei de viver’, ‘minha vida não vale a pena’, ‘acho que sou um peso para as pessoas’, a gente deve se importar com essa fala, acionar rede de apoio, família e amigos para que a pessoa receba o cuidado e não fique vulnerável, porque a prevenção se faz dessa forma”, complementou Gláucia.
SERVIÇO ESPECIALIZADO EM SAÚDE MENTAL – TELEFONES E ENDEREÇOS
- Espaço Crescer Infanto Juvenil (crianças e adolescentes)
Telefone: 3331-5255
Endereço: Avenida Padre Francisco Salles Colturato, nº 925, São Geraldo
- CAPS-II (Saúde Mental)
Telefone: 3324-7266
Endereço: Avenida José Ziliolli, nº 491, Jardim das Roseiras
- CAPS-AD (Álcool e Drogas)
Telefone: 3322-3329
Endereço: Avenida Professor Sebastião de Almeida Machado, nº 493, Santa Angelina