Biblioteca Mário de Andrade encerra nesta sexta (30) a "Exposição Concreta"

Mostra apresenta obras de Judith Lauand, que completaria 100 anos em 2022

Fotógrafo: André de Souza
29/09/2022 - 19h41

A Biblioteca Municipal Mário de Andrade encerra nesta sexta-feira (30) a "Exposição Concreta: Judith Lauand 100 anos", que presta uma homenagem à artista que completaria 100 anos em 2022. A mostra, promovida pela Prefeitura de Araraquara por meio da Secretaria Municipal de Cultura, pode ser conferida gratuitamente das 9h às 19h.

A mostra conta com 27 gravuras da artista que compõem o acervo da Pinacoteca Mário Ybarra de Almeida, além de quatro telas em óleo. Três dessas obras da artista serão emprestadas posteriormente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), que realizará a maior exposição sobre a artista no final deste ano.

Judith Lauand nasceu em Pontal-SP em 26 de maio de 1922. Em 1950, formou-se na Escola de Belas Artes de Araraquara, tendo aulas com Mário Ybarra de Almeida e Domenico Lazarini. Dois anos depois, formou-se em gravura com Lívio Abramo. Em 1954, a artista conheceu o movimento concretista e neste mesmo ano realizou sua primeira exposição individual. Um ano depois foi convidada a integrar o Grupo Ruptura, movimento que consolidou a arte concreta no Brasil. Até o fim do grupo, Judith foi uma das principais representantes e única mulher entre os artistas brasileiros e estrangeiros. Judith Lauand passou a ser um nome reconhecido e premiado internacionalmente, com participações importantes em exposições coletivas e individuais.

Judith foi uma artista de intensa atividade durante toda a sua carreira, com obras que nunca perderam suas características marcantes. Notável pela precisão das obras, ela evidencia em suas produções as linhas e vetores que denotam movimento, nuances cromáticas e vivacidade.

Importância da obra

Ainda que tenha ficado conhecida como a “Dama do Concretismo Brasileiro”, Judith Lauand foi muito além da arte concreta. Em seu acervo consolidado e reconhecido internacionalmente, a artista percorre experiências com a arte pop, abstrata, política e sobretudo diversa.

Presente em exposições brasileiras históricas e colecionando premiações, a artista marca um movimento artístico e representa uma vida inteira dedicada à arte. Integrando o que os críticos chamam de “segunda vanguarda”, foi presença feminina expressiva e fundamental em um meio artístico que era predominantemente masculino. Com sua obra formada pelo pioneirismo estético e social, abordou temas fundamentais às questões urbanas, políticas e femininas, usando composições singulares, dinâmicas e que transcenderam os dogmas concretistas.