Moradores e comerciantes da Henrique Lupo pedem medidas para diminuir número de acidentes

Vereadora Juliana Damus participou de reunião em busca de solução para os problemas

04/11/2011 - 04h32

Com o impressionante número de 14 mil veículos emplacados nos últimos 12 meses, é perfeitamente compreensível que o assunto trânsito em Araraquara seja alvo de constantes reivindicações, mudanças, e até de reclamações em pontos específicos da cidade. É o que ocorre no momento com moradores e comerciantes da Rua Henrique Lupo, que sofrem com o grande número de veículos que trafegam pelos dois sentidos da via nos horários de pico, e pela alta velocidade em momentos de menor trânsito.
A vereadora Juliana Damus (PP) foi chamada por moradores e comerciantes do bairro, para que encaminhasse as reivindicações dos moradores. Neste sentido, ela esteve na região, acompanhada do Secretário de Trânsito, Coronel Cid Monteiro de Barros, e do Engenheiro de Trânsito Gerhard Scheneider Júnior, Gerente de Operação de Trânsito da secretaria. O risco de acidentes e o número de pessoas feridas e mortas na via, já fizeram os responsáveis pelo trânsito da cidade a implantar uma série de pequenos dispositivos de engenharia de trânsito, para combater cada uma das anormalidades da via, que oferecem um risco maior para acidentes. 

Anormalidades 

A maior dificuldade da via é a não existência de cruzamento ortogonal, ou seja, ela segue em ângulo às demais vias do bairro e com curvas em sua curta extensão de 2.200 metros, sem nenhum alinhamento regular com as outras ruas, enquanto toda a região segue a regra do alinhamento das vias, como se fosse um tabuleiro de xadrez. Aliás, o próprio jogo remete à necessidade da busca de estratégias específicas para a situação de cada cruzamento. Estas anormalidades se devem ao grave erro do passado, de ter sido aproveitado um antigo caminho de terra que levava à represa de captação de água.
E este era o nome conhecido no passado: Caminho da Represa, saindo da Praça do Paliteiro, passando pelas 60 casas (bairro Pedregal, ou Jardim Dom Pedro). Situação idêntica à do “estradão” na Vila Xavier, a Rua José do Patrocínio.
A Lei Municipal nº 1.254, de 19 de agôsto (ortografia da época) de 1963, descreve ao denominá-la Rua Henrique Lupo: “Via Pública da séde do município, que partindo da Praça Dr. Francisco Pedro Monteiro da Silva, demanda a Represa Dr. Camilo Gavião de Souza Neves e aos futuros Autódromo, Bosque e Zoológico de Araraquara”. A Pedra fundamental do autódromo até chegou a ser lançada em 1962 pelo prefeito Benedito de Oliveira, mas o autódromo não chegou a ser feito. Lembrando que na ocasião a cidade tinha grande tradição de formar pilotos e abrigar a realização de provas de automobilismo. Já nos anos 70, a força era no motociclismo e no kart. Nas duas décadas, na cidade fabricavam-se veículos esportivos, inclusive para competição. O Puma GTB era feito aqui. 

Novas medidas

Além das residências, a via abriga prédios de apartamentos; variados estabelecimentos de comércio, como choperia, varejão, padaria, academia, posto de combustíveis entre outros; tem nas proximidades escolas privadas; é acesso à região de condomínios, clubes, e principalmente, à Via José Barbieri Neto, que leva ao Distrito de Bueno de Andrada e à cidade de Matão, rota de fuga do pedágio da Rodovia Washington Luis. Isso sem contar que cruzar a via é necessidade de acesso obrigatório para muitos moradores próximos e até distantes, inclusive para se chegar ao Centralizado Municipal, onde ficam os veículos e máquinas de obras da Prefeitura, a fábrica de asfalto, marcenaria, serralheria, fábrica de tubos e produtos de cimento, hidráulica, elétrica e outros serviços.
Tudo isso faz compreender o grande fluxo de veículos na via. Coronel Cid se antecipou e apresentou um projeto inicial elaborado por sua equipe, com a implantação de dois conjuntos de semáforos em dois dos cruzamentos, além de mais duas lombadas. O Secretário falou que engenharia de trânsito, além das soluções técnicas, precisa da participação da população, com sentido de “coletividade, solicitude, solidariedade e visão geral”, já que “o conceito do trânsito é dar acessibilidade para todos”.
Juliana Damus saiu da reunião com a certeza de que a melhor solução será implantada para melhorar a questão apontada pelos moradores e comerciantes. “Não há dúvidas de que eles sofrem até para entrarem o carro em casa ou os clientes nos comércios. A secretaria vai analisar a região de forma ampla, considerando a necessidade em cada ponto da via”, apontou Juliana. Um projeto completo será apresentado aos moradores e comerciantes, nos próximos dias.