Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro da Uniara completa um ano com importantes conquistas

Grupo terá programa de rádio, um curso de capacitação e um encontro voltado para a questão racial

09/11/2011 - 02h14

O Centro Universitário de Araraquara – Uniara conta desde o ano passado com um Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), coordenado pelo docente do curso de Direito, Edmundo Alves de Oliveira e por Silvia Helena Emidio Antonio. O grupo se reúne a cada quinze dias para discutir questões teóricas e práticas sobre a realidade afro-brasileira. Após um ano de sua criação, as conquistas começaram a aparecer, com um programa de rádio, um curso de capacitação de professores e um encontro voltado para a questão racial.
Atualmente, o NEAB conta com cerca de 10 integrantes, entre professores e estudantes da instituição, além de professores dos ensinos médio e fundamental da rede pública municipal.
“O mês de novembro é emblemático para essas questões, devido ao feriado da consciência negra”, avalia Oliveira. Para ele, o núcleo em si, ao realizar um debate, permite uma interação ampliada, que visa ao conhecimento das pessoas e melhora a sua formação enquanto indivíduos e pesquisadores.
“O núcleo é um espaço como uma caixa de ressonância, que atrai mais pessoas e permite a produção de eventos que mostrem à comunidade a importância das questões raciais na vivência das pessoas”, observa Oliveira, que salienta que a Uniara é uma das poucas faculdades particulares que contam com um NEAB, “mostrando o quanto a instituição está na vanguarda dessa discussão”.
O coordenador orienta o estudante do terceiro ano de Direito e bolsista PIBIC, João Paulo Clemente Junior, em um projeto relativo à questão racial, “com uma visão mais sociológica do tema”, comenta o aluno. Oliveira vê nos resultados de sua pesquisa “um amadurecimento nas questões teóricas e práticas das discussões do núcleo”.
De acordo com Clemente Junior, seu trabalho, intitulado “O Movimento Negro e a Evolução do Direito - Legislação: Federal, Estadual e Municipal”, aborda a existência de um movimento social que precisa ser respeitado e legitimado. “Com o passar do tempo, houve um evolução no direito positivado e no tratamento da questão. Isso tem ajudado bastante, mas não é tudo. Ainda há muitas conquistas para serem feitas”, afirma.
Quanto ao NEAB, o estudante é categórico: “o núcleo é a porta principal onde debatemos, analisamos, criamos expectativas e depois executamos os assuntos tratados, não só em âmbito municipal, mas regional e até nacional”.
Silvia conta que o NEAB também tem como propostas a transmissão de um programa de rádio, a ser veiculado na Uniara FM, e um curso de capacitação de professores das redes municipais dos ensinos médio e fundamental. “Devido à lei 10.639, que existe desde 2003, mas que somente agora está entrando de fato em vigor, a questão das culturas afro-brasileira e indígena deve estar inserida na educação básico-infantil. 
Assim, o curso visa a preparar os professores para essa nova realidade”, diz a coordenadora.
Em relação ao programa de rádio, Silvia detalha que haverá um revezamento dos apresentadores, todos membros do núcleo, em que procurarão “trazer sempre um palestrante a cada quinze dias para discutir os diversos assuntos relativos às questões raciais no estúdio”. Além disso, a programação, cujo projeto já está aprovado, contará também com músicas, entrevistas e receitas, entre outras atrações.
Tanto o curso de capacitação, quanto o programa de rádio estão previstos para terem início no mês de novembro.
Outra atividade promovida pelo NEAB será o “I Encontro do Conhecimento e Identidade Negra”, a ser realizado no dia 18 de novembro. Silvia aponta que o evento é promovido em parceria com o Centro de Referência Afro, que faz uma programação especial em novembro, devido ao feriado da Consciência Negra, celebrado no dia 20. “Eles incluíram o encontro na agenda oficial”, finaliza.