Coordenadora de Políticas para Mulheres faz balanço positivo do "Agosto Lilás"

Grasiela Lima destacou que os temas das atividades abordaram as questões mais sensíveis demandadas nos atendimentos realizados pelo CRM nos últimos tempos

Fotógrafo: Divulgação
31/08/2023 - 22h44

A Prefeitura de Araraquara, por meio da Coordenadoria Executiva de Políticas para as Mulheres, que integra a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Participação Popular, realizou ao longo deste mês o "Agosto Lilás", campanha que visa promover a conscientização pelo fim da violência contra a mulher. A ação também teve o propósito de dar visibilidade ao tema e ampliar os conhecimentos sobre os dispositivos legais existentes, assim como auxiliar as mulheres que sofrem essas violências, informando sobre as diversas formas de violência doméstica, sobre os direitos das mulheres e sobre a necessidade da equidade de gênero.

A coordenadora de Políticas para Mulheres, Grasiela Lima, destacou que a mobilização do "Agosto Lilás" deste ano contou com uma programação diversificada, voltada para uma maior conscientização social sobre o grave problema da violência contra as mulheres, especialmente no que se refere às formas de violência tipificadas na Lei Maria da Penha.

Segundo ela, a partir do lema "Violência contra a mulher não tem desculpa, tem lei. 17 anos da Lei Maria da Penha", os temas trabalhados durante o mês versaram sobre algumas das questões mais sensíveis demandadas nos atendimentos realizados pelo Centro de Referência da Mulher (CRM) nesses últimos tempos. "Assim, foram destacadas questões voltadas para a violência contra mulheres migrantes e refugiadas, a violência psicológica e os impactos na saúde mental e autoestima das mulheres, a tipificação, efetividade da Lei Maria da Penha na perspectiva das questões de gênero, a interface entre a violência contra as mulheres e o uso abusivo de drogas pelos companheiros, e os impactos da violência contra as mulheres em crianças e adolescentes. Além disso, foi realizado também um curso de formação sobre o 'Protocolo de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência e Outras Violações de Direitos' para profissionais dos diferentes serviços que compõem a rede de enfrentamento e atendimento às mulheres vitimizadas em nossa cidade", comentou.

Ela enalteceu a importância do conteúdo debatido durante a programação. "As rodas de conversa trouxeram importantes contribuições de especialistas com enfoques científicos ou técnicos dos diferentes problemas abordados, assim como visões e depoimentos de muitas mulheres que vivem ou não em situação de violência, o que contribuiu significativamente para a legitimidade das ações propostas. Isto porque foram discutidas possibilidades de aprimoramento ou ampliação das políticas públicas voltadas para o enfrentamento à violência contra as mulheres no município, levando-se em consideração a intersetorialidade e a interseccionalidade", justificou.

Grasiela também revelou alguns resultados práticos dos debates, como uma parceria com a Coordenadoria de Direitos Humanos em relação às demandas das mulheres imigrantes e refugiadas, a adesão de mais mulheres ao “Grupo Vivência Mulheres – Saúde Mental e Autocuidado”, que acontece às terças-feiras no CRM, a realização de uma audiência pública para discutir e encaminhar as questões relacionadas ao uso abusivo de drogas e as consequências no aumento da violência contra as mulheres, além de ações voltadas para a prevenção à violência de gênero a partir de projetos educativos e de comunicação. "É preciso desnaturalizar a violência contra as mulheres com urgência e enfrentar de forma mais efetiva os preconceitos e o machismo que ainda imperam na sociedade. As denúncias têm aumentado a cada dia, e os casos que chegam ao CRM são cada vez mais graves, o que nos faz concordar plenamente com a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que diz que a prioridade hoje é combater a misoginia, pois o aumento dos comportamentos agressivos, as depreciações e o discurso de ódio contra as mulheres nos últimos anos autorizam o feminicídio, o estupro e a violência contra as mulheres. É preciso dar um basta", concluiu a coordenadora.