João Farias não descarta colher assinaturas para instalar uma comissão de inquérito para apurar gestão do hospital
23/11/2011 - 02h33
A decisão de não retomar as cirurgias eletivas, suspensas desde 18 de outubro, por parte da direção da Santa Casa provocou uma série de críticas dos vereadores na sessão ordinária de terça-feira, 22 de novembro. A expectativa era de que a instituição voltasse a realizar os procedimentos nesta semana.
O vereador João Farias (PRB), líder do governo na Câmara Municipal, que promoveu audiência pública para discutir a suspensão das cirurgias, afirmou que a direção do hospital “tem que explicar porque não tiveram coragem de manter um acordo firmado na frente das principais lideranças políticas da cidade”.
De acordo com ele, “em situações muito piores não suspenderam as cirurgias eletivas; o que estão fazendo é um desrespeito com a Câmara e as lideranças políticas, é um crime contra os cidadãos”. O líder do governo declarou que “se nessa história não tem desonestidade, tem incompetência; o dinheiro é curto, porém muito mal administrado”.
Questionamentos
João Farias voltou a questionar a relação entre a direção técnica e os serviços de cardiologia e hemodinâmica. “Não acho ético o diretor técnico prestar serviços e para esses serviços não têm atraso, são quase R$ 500 mil por mês que não atrasam nunca. A mulher de César não deve apenas ser honesta, deve parecer honesta”, disparou.
“Se precisar ir ao Ministério Público, eu vou; se for o caso vou colher assinaturas para propor a instalação de uma Comissão Especial de Inqérito. O que eu sei é que vou até o fim e vou chegar até onde não gostaria, mas vou até o fim”, prometeu.
Para Aluísio Braz, Boi (PMDB), presidente da Câmara, “o que foi falado (na audiência pública) sobre comprometimento não foi mostrado na prática”. Boi observou que “os representantes da Santa Casa só falaram em números e se esqueceram de falar do ser humano, do sofrimento de quem espera por uma cirurgia; nota zero para a direção da Santa Casa”.
Outro que não poupou o hospital foi Fernando César Câmara, Galo (PV). “Não podemos aceitar que a direção da Santa Casa jogue a responsabilidade para o Poder Público; o problema lá não apenas financeiro, é falta de gestão, falta de compromisso com a população”, sentenciou.
Galo lembrou que “já me cansei de votar a favor da liberação de recursos para a Santa Casa; nossos deputados se empenham em buscar recursos, apresentam emendas, correm atrás de dinheiro; o prefeito Marcelo Barbieri tenta ajudar, o ex-prefeito Edinho Silva também tentou quando na Prefeitura”. Para ele, “isso é inaceitável”.
