Indicação foi refeita à Prefeitura pela vereadora Fabi Virgílio (PT)
24/01/2025 - 00h01
Foto: Prefeitura de Lucas do Rio Verde
O Implanon é um pequeno bastão de silicone inserido no braço que libera um hormônio por até três anos, evitando a gravidez de forma eficaz e segura. Esse método contraceptivo é menos invasivo e mais prático que outros, além de ter alta taxa de eficácia (99%).
É esse método contraceptivo que a vereadora Fabi Virgílio (PT) sugere que a Prefeitura ofereça na rede pública de saúde municipal para adolescentes e mulheres em vulnerabilidade social.
“A presente indicação busca proporcionar mais uma medida protetiva segura, reversível e que possa estar acessível às jovens e mulheres em vulnerabilidade social da nossa rede pública de saúde”, explica a parlamentar.
Fabi destaca que, de acordo com a Prefeitura de Guarujá, a implantação do Implanon resultou em uma redução de 40% na gravidez na adolescência em apenas cinco anos.
“O estudo ‘Gravidez na adolescência: principais causas e consequências’ de Clara Coelho de Carvalho observou que como fatores determinantes para a gravidez na adolescência estão o início precoce da vida sexual, influência da mídia, família, falta de informações nas escolas e equipe de saúde, violência sexual, uso de preservativo e aspectos socioeconômicos. O mau uso de métodos contraceptivos é um dos fatores responsáveis ao aumento do número de crianças e adolescentes gestantes.”
Ela ainda coloca que “em resposta ao Requerimento nº 549/2023 elaborado por este mandato, pudemos constatar que em nosso município, em 2023, tínhamos 11 gestantes na faixa etária de 10 a 14 anos, e na faixa etária de 15 a 19 anos, 206 gestantes; totalizando 217 adolescentes grávidas. Dado alarmante o número de gestações na adolescência. Gravidez na adolescência decorre de violência sexual, de exploração sexual, de casamento infantil, de relação sexual em que a menina não sabia das consequências, a prática de costumes que naturalizam a violência e desigualdade de poder na relação.”
Em Araraquara, reforça, somente no primeiro semestre de 2024, existiam mais de 150 casos de gravidez na adolescência, sendo 7 deles com crianças de 10 a 14 anos, o que configura estupro de vulnerável. “Cabe salientar que os territórios que obtém o maior número de gravidezes são os com alta vulnerabilidade social, portanto, esse novo método no município poderá auxiliar a reduzir o número de meninas e adolescentes grávidas.”
A vereadora pontua ainda que, segundo dados do Ministério da Saúde, 66% das gestações entre adolescentes são indesejáveis, indicando que as condições para que isso aconteça são: falta de informação, falta de apoio das redes familiares e comunitárias etc. “Independentemente de ser planejada ou não, a gravidez precoce aumentará o risco de morte materna e infantil, bem como o risco de parto prematuro, anemia, aborto espontâneo, eclâmpsia e depressão pós-parto.”