Encontro entre secretarias marca o início de um processo contínuo para soluções integradas de acolhimento social e revitalização das praças da cidade
Fotógrafo: Assessoria de Comunicação da Prefeitura
18/02/2025 - 00h01
A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de Araraquara realizou, na última sexta-feira (14), uma reunião inicial com representantes de diversas pastas para debater soluções voltadas à população em situação de rua nas praças da cidade. O encontro destacou a necessidade de ações conjuntas entre órgãos municipais para implementar programas de recuperação e encaminhamento social eficazes.
A secretária da pasta, Meire Laurindo, enfatizou que a construção de políticas públicas para a reintegração social dessas pessoas deve envolver múltiplas frentes, incluindo direitos humanos, saúde, segurança e educação. A proposta visa não apenas acolher quem precisa, mas também revitalizar os espaços públicos por meio de atividades culturais, esportivas e campanhas de conscientização.
Durante a reunião, especialistas destacaram que a população em situação de rua é composta por diferentes perfis, incluindo pessoas em extrema pobreza, usuários de drogas, imigrantes, indivíduos LGBTQIAP+, pessoas com transtornos psiquiátricos e outros grupos vulneráveis.
Assistentes sociais apontaram dificuldades no atendimento a essa população, como a resistência de parte da sociedade, que muitas vezes defende a exclusão dessas pessoas dos espaços públicos. "A discriminação ainda é um problema grave, e muitos veem essas pessoas como um incômodo, em vez de enxergar a necessidade de acolhimento", reforçou Meire Laurindo.
A cidade de Araraquara conta com equipes sociais que atuam diariamente para oferecer suporte a quem vive nas ruas, buscando criar vínculos e estabelecer relações de confiança. Lígia de Oliveira, responsável pelo Centro Pop, ressaltou a complexidade do atendimento a usuários de drogas. "Esse público demanda um esforço conjunto entre assistência social, saúde e segurança. A presença da polícia é essencial para proteger tanto os profissionais que atuam na linha de frente quanto a população", afirmou.
José Guilherme, representante do Comitê Interestadual da População em Situação de Rua, destacou a importância da distribuição de kits de redução de danos, contendo cachimbos, preservativos e outros itens para minimizar riscos de doenças. "Essas ações não incentivam o uso de drogas, mas são essenciais para preservar vidas", explicou.
Entre as medidas em estudo, estão a elaboração de um protocolo de atendimento, a ampliação de bolsas assistenciais e a criação de cursos profissionalizantes. "Nosso trabalho é a longo prazo. A assistência social não pode atuar sozinha, precisamos de parcerias para oferecer soluções reais a essas pessoas", concluiu Meire Laurindo.
Essa reunião marcou o início de um processo contínuo, reconhecendo que soluções para essa questão não podem ser alcançadas do dia para a noite. Outras reuniões já ocorreram e continuarão sendo realizadas para ajustar estratégias e aprimorar as políticas públicas voltadas à população em situação de rua, garantindo uma abordagem eficiente e sustentável para o problema.