Redes sociais: professor da Uniara dá dicas sobre o melhor modo de usá-las

Ferramenta se tornou importante no nosso cotidiano pessoal e profissional

13/12/2011 - 02h55

O mundo contemporâneo chegou a um ponto em que nossos dados ficam expostos na internet através das redes sociais. Tais informações, agora, podem ser requisitos para uma contratação, por exemplo. Por outro lado, usando essa ferramenta é possível divulgar com maior alcance o que se deseja, para os que buscam oportunidades.
Na opinião do professor e coordenador do setor de eventos do Centro Universitário de Araraquara - Uniara, Paulo Cardozo, a utilização de redes sociais específicas como forma de publicidade depende de sua finalidade. “Se o apelo for para empregabilidade, por exemplo, existe uma rede social específica, que é o LinkedIn. Se o usuário quer dar dicas de lugares interessantes, pode-se usar o Foursquare, e assim  por diante. O importante é pontuar que redes sociais não são fenômenos de tecnologia e sim de relacionamento, seja na vertente profissional ou apenas para entretenimento. A tecnologia apenas aproxima as pessoas”, observa.
Expor suas características de forma honesta é uma boa maneira de ser bem visto por empresas que avaliam seus candidatos a uma vaga de emprego, segundo Cardozo. “Não adianta ele colocar no currículo que não gosta de baladas ou que realiza algum trabalho filantrópico, pois os analistas de talentos das corporações irão checar nas redes sociais se isso realmente é verdade. O melhor mesmo é usar a sinceridade para falar do que gosta e de suas reais habilidades.
A transparência tem que prevalecer se ele desejar ser um profissional reconhecido e valorizado”, diz.
Cardozo, que é proprietário de uma agência digital que atua na construção de estratégias para Internet (monitoramento de redes sociais), conta que, atualmente, existem cerca de trezentas redes sociais no mundo. “Acho que haverá uma depuração natural das redes, desaparecendo algumas, surgindo outras e 90% da população mundial fazendo uso de duas ou três mais intensamente. Também acho que haverá uma segmentação ainda mais clara, ou seja, aqueles que optarem por usar uma ferramenta apenas para satisfazer seus interesses, irão fazer isso na medida da sua necessidade e conforme forem conhecendo outras redes. É um equilíbrio normal que o próprio mercado irá regular”, avalia o coordenador.
O uso desses meios era algo que Cardozo não achava que iria incorporar ao seu cotidiano. “Há cinco anos, pessoas com mais de quarenta anos, como eu, achavam que quem empenhava seu tempo na internet, e mais especificamente nas redes, tinham no máximo 20 ou 22 anos e cujas opiniões não faziam a menor diferença.
Estava enganado! Empresas como a minha são grupos organizados e agora, todos estão se dando conta disso. No interior, isso ainda está um pouco insciente, mas já crescente”, salienta.
Segundo dados recentes da Interactive Advertising Bureau - IAB, hoje as estratégias de marketing digital já ocupam em média 10% da verba publicitária; em 2009, eram 3,7%. “Como o público está cada vez mais segmentado, é fundamental conhecer seu comportamento e a que tipo de comunicação ele é sensível, por exemplo”.
Contudo, o coordenador destaca que as estratégias nas redes sociais não vieram para diminuir ou acabar com mídias tradicionais, tecnicamente chamadas offline.
“A ideia é que elas subsidiem as agências e os estrategistas a direcionarem melhor suas verbas publicitárias, usando veículos que correspondam melhor às expectativas dos consumidores/clientes, resultando em uma verdadeira conversão on/offline. Esse deve ser o objetivo”, ressalta Cardozo, que não classifica esses serviços como essenciais para empresas e pessoas. “Essencial é algo sem o qual não se pode viver e, nesse caso, acho que não dá para dizer isso. Na verdade é um enorme diferencial, já que torna algo mais visível e mais ágil, para ver e ser visto”, finaliza.