Brasil terá Universidade Federal do Esporte

O Brasil terá, pela primeira vez, uma Universidade Federal do Esporte (UFEsporte). O Projeto de Lei que cria a nova instituição pública de ensino superior foi assinado na última semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e enviado à Câmara dos Deputados. Na mesma cerimônia, no Palácio do Planalto, Lula também oficializou a criação da Universidade Federal Indígena (Unind).

De acordo com o governo brasileiro, a iniciativa representa um marco na ampliação do acesso à educação superior pública e gratuita no país, promovendo a equidade, a inclusão e o desenvolvimento humano. A previsão é que as universidades entrem em funcionamento em 2027.

A UFEsporte é fruto de um debate que circula há anos entre o Ministério da Educação, o Ministério do Esporte e o ex-prefeito de Araraquara, atual presidente do PT, Edinho Silva, que atua como professor universitário e pesquisador na área de Gestão do Esporte. O próprio presidente Lula ressaltou o papel de Edinho na elaboração do projeto em solenidade realizada no Palácio do Planalto, em setembro deste ano, com a presença da Comissão Técnica e atletas da Seleção Brasileira de Futebol Feminino, campeãs da Copa América.

“Edinho já foi prefeito de Araraquara por 16 anos e tem experiência. Ele é fanático pelo futebol feminino por conta da Ferroviária. E faz tempo que ele vem ‘infernizando’ minha vida para que a gente faça alguma coisa pela modalidade. Desde o meu primeiro mandato, ficava falando de criar uma faculdade de futebol feminino”, disse em tom descontraído durante a cerimônia à época. “Resolvi então, junto com o ministro do Esporte (André Fufuca), algo até mais forte. Vamos fazer no Brasil uma universidade federal que agrupe todas as práticas esportivas que o país tem. Parabéns, Edinho. Tenho que agradecer você pela insistência de a gente fazer essa universidade, de se dedicar ao esporte”, completou o presidente.

Para Edinho, a UFEsporte nasce para profissionalizar o esporte brasileiro, fomentar pesquisa, inovação e formar quadros especializados, algo comum em países com políticas esportivas consolidadas. “É um passo fundamental para que o Brasil trate o esporte como área estratégica para o desenvolvimento humano, social e econômico. Em muitos países, ele já é encarado como indústria e profissão. Chegou a hora de darmos esse salto”, disse. “A criação de uma Universidade Federal do Esporte é um sonho que começou em Araraquara, com nossa luta pelo futebol feminino da Ferroviária. Parabéns ao ministro dos Esportes, André Fufuca, pelo compromisso com o fortalecimento do esporte brasileiro.”

Na sua avaliação, a criação de uma universidade voltada exclusivamente ao esporte pode transformar um setor que hoje movimenta a economia internacional, mas ainda carece de planejamento estruturado, pesquisas e formação técnica. Dentre os potenciais impactos estão a formação de treinadores e gestores, o desenvolvimento tecnológico, metodologias inovadoras, o fortalecimento de políticas de inclusão por meio do esporte, a geração de trabalho e renda impulsionada pela indústria de eventos e a integração entre ensino, pesquisa e alto rendimento.

Foto: Evento realizado no Palácio do Planalto com Seleção Brasileira de Futebol Feminino, em setembro deste ano, quando Lula anunciou que criaria a Universidade Federal do Esporte