Superintendente Baccarin, do INCRA acena com medidas positivas para a Bela Vista

10/01/2012 - 03h51

Assistência técnica, estudo sistemático da produção, comercialização, produção de cana e eucalipto, título da terra, emancipação do assentamento, usufruir das benfeitorias dos lotes que estão com processo tramitando na Justiça, relação com a municipalidade araraquarense, um rol de questões foram elencadas por assentados do Assentamento Bela Vista, ao superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) José Giacomo Baccarin.
A apresentação, antiga reivindicação dos vereadores Márcia Lia e Édio Lopes (PT), ocupou espaço da tarde de quinta-feira, cinco, na sede do INCRA em São Paulo  quando para lá se deslocaram os assentados, Ana Flavia Flores, Lais Inaiara  Claro, Silvani Silva, João Francisco da Silva e  Leonel Moço, acompanhados de Edio Lopes que intermediou as discussões.
Consideram os assentados ser a Reforma Agrária a veia importante para o desenvolvimento do País, mas que o homem do campo não deve apenas ser subsidio para discurso. É de suma importância que as teses e propostas sejam levadas a bom termo, alcancem os objetivos.
Alegam os assentados que o projeto Moralização e Desenvolvimento não foram efetivados, “a moralização ficou no meio do caminho e o desenvolvimento não aconteceu, esperamos assistência técnica, estudo sistemático da produção e comercialização, o Assentamento tem potencialidade e mérito para desenvolver, mas falta o eixo”.
Baccarin deixou claro que não existe nenhuma orientação para barrar ações da Prefeitura no Assentamento, mas destacou que a possibilidade de municipalização da agrovila é improvável. Concordou o vereador Édio, sustentando que desta forma a agrovila iria transformar-se em um bairro de Araraquara, podendo qualquer um adquirir lote, construir, ou favelizar.
A possibilidade de municipalização destacada por alguns afasta o INCRA do Assentamento justamente na oportunidade em que o superintendente Baccarin direciona suas atividades na aposta da produção. 
“Assentamentos de São Paulo devem ser sinônimos de grande produção, não sou contra o plantio de cana ou eucalipto, mas sim contra o arrendamento da terra pelos assentados, e se a agricultura familiar esta dando certo, porque novamente concentrar”, afirma o superintendente.
No próximo dia 12 o superintendente José Giacomo Baccarin irá manter encontro com a direção da Embrapa buscando estabelecer frentes para os assentamentos e assentados como o plantio de oleaginosas, a produção do leite, produção e a coleta de sementes visando a transformação em mudas de plantas nativas tendo em vistas a renovação da Reserva legal. 
O Assentamento Bela Vista notadamente será contemplado não apenas com estas frentes, mas também com o desenvolvimento da “Farinheira”, a reforma do prédio que abrigava o salão de festas e irá transformar-se em entreposto, e um plano de trabalho que irá viabilizar o retorno financeiro em nível de competir com o plantio da cana de açúcar.
Para o vereador Édio que juntamente com a vereadora Marcia Lia vem buscando junto aos assentados soluções aos diversos problemas apresentados, a reunião foi pleno sucesso.  “Os assentados são capazes, eficientes e organizados, basta tão somente que possam produzir em paz, burocracias não sejam impostas, para que haja a produtividade plena”, diz Édio Lopes.