Sindicalista se desculpa com vereadores, mas não evita ação penal

Vice-presidente do Sismar ocupou a Tribuna Popular e reconheceu que errou

25/01/2012 - 02h53

Nem mesma retratação pública de Marcos Zambone, vice-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (Sismar), evitou a solicitação de abertura de ação penal contra ele e mais dois sindicalistas: Valdir Teodoro Filho, presidente; e, Marcelo Roldan, secretário de Imprensa e Formação.
Zambone ocupou a Tribuna Popular da Câmara Municipal na sessão ordinária de terça-feira, 24 de janeiro, para se desculpar por declarações ofensivas contra os vereadores na tarde de 17 de janeiro após a suspensão da sessão ordinária que ocorreu naquele dia.
O sindicalista afirmou: “errei; falei mais com emoção do que com a razão, mas venho aqui com tranquilidade, hombridade e humildade pedir desculpas”. De acordo com ele, “as razões que me levaram a agir com emoção foram várias”. Zambone disse que “se tiver que responder a juiz, responderei”.
Para Aluísio Braz, Boi (PMDB), presidente da Câmara, a retratação não foi suficiente. “Não sou corrupto, não pego um centavo do que não seja meu. Eles não acusaram de crimes, ofenderam nossa honra como homens e vereadores e não respeitaram a Câmara Municipal”, desabafou. 
Ele lembrou também ataques desferidos nas redes sociais com os mais variados tipos de ofensas. Boi salientou que apesar de críticas a ele ao Legislativo, “sempre conduzi a presidência com transparência e respeitando a democracia; a Tribuna Popular sempre esteve aberta a qualquer pessoa para se manifestar e criticar, mas é preciso respeito e responsabilidade”.
O líder do governo na Câmara, João Farias (PRB), disse que “não adianta se retratar se não acredita nesta Casa; não vou me comover com o pedido de desculpas, a mim vão responder na Justiça”. Ele declarou que Zambone e outros diretores do Sismar “defendem o voto nulo, portanto não acreditam no Poder Legislativo e não deveriam estar aqui”.
O vereador Tenente Santana observou que “não sou criança, não sou corrupto e não sou ladrão; sempre te respeitei”. Para o parlamentar, “foi um dia muito triste na minha casa; foi difícil para mim e para minha família engolir aquelas palavras”.