Alerta: Saia debaixo... Qualquer hora vai cair!

Autor: Moacir Silberschimidt
03/02/2012 - 05h20

Carlos Alberto Chaman/Publicitário e Jornalista
Terezinha de Jesus Bellote Chaman/Professora e Jornalista

Nos últimos dias, tivemos de conviver com uma terrível tragédia, no Rio de Janeiro: 17 mortos, 5 desaparecidos. A tristeza que abalou diversas famílias e todas aquelas consequências que já foram anunciadas. Pessoas perderam seus trabalhos, seus documentos, sua identidade pessoal e profissional. Empresas privaram-se de todos os seus acervos e de suas casas de trabalho. Será que o poder público dará a devida assistência a todos os flagelados? E a “mancha” que ficará cravada, de modo indelével, no centro da chamada Cidade Maravilhosa? Nós, daqui, como de todas as partes do país, ficamos pesarosos por todos aqueles acontecimentos. Foi triste... muito triste.
A partir do momento que uma tragédia é anunciada, alguns órgãos administrativos fazem (parece-nos, ao sabor do vento daquele momento) suas incursões, suas denúncias, suas previsões, suas investigações. Apontam, por exemplo, para outros prédios (o fator do momento) que estejam com suas irregularidades, pondo em risco a vida de outras pessoas. Mas, o tempo vai passar e espero não ter razão... tudo continuará como antes. Assim, pelo menos, infelizmente é o que nos conta a história. Como pudemos acompanhar, esses problemas estruturais foram denunciados na capital de São Paulo, em Belo Horizonte, etc. Isso, sem contar, no norte e nordeste de nosso país. Para os que conhecem, devem saber do que estamos falando.
Recentemente, estivemos com a família em viagem a Curitiba. Fizemos um passeio pela Linha Especial de Turismo, conhecemos as verdadeiras belezas daquela cidade: Teatro Paiol, Jardim Botânico, Rua das Flores, Ópera de Arame e outros pontos de “encher” os olhos. Era um ônibus diferente, com dois andares, onde se podia ter uma visão panorâmica de locais privilegiados.
Mas... ao passarmos pelo centro da cidade e observarmos as lajes do primeiro andar dos edifícios centrais, ficamos perplexos. Verdadeiras “gambiarras” elétricas, com fios velhos retorcidos, umidade que carcomia o concreto, ferragens aparecendo... Dava medo...Mas, por que estamos refletindo sobre tudo isso?
Aqui, em nossa querida Araraquara, se procurarmos, vamos encontrar problemas em algumas construções mais antigas. Mas, existe uma delas... mais dia, menos dia, vai dar o que falar, se providências não forem tomadas a tempo. Um acidente que poderá fazer vítimas está previamente anunciado. 
Temos o hábito de fazer caminhadas diárias. Há algum tempo, quando passamos pela Rua 9 de Julho, esquina com a Av. Mauá, no sentido centro bairro, atravessamos a rua, por precaução. Acho que é medo mesmo... Saia debaixo... Qualquer hora vai cair! 
Lá, na esquina, existe uma concessionária de motos. Sobre ela, uma placa luminosa de publicidade, chamando a atenção à marca representada pela concessionária. Dizem (não temos conhecimento do fato) que, há algum tempo, um caminhão ou ônibus colidiu com essa placa. 
Pois bem, cremos que, desde aquele tempo, essa placa encontra-se amarrada por duas cordas, julgamos que de fina espessura. E com o tempo, percebe-se que, a cada dia que passa, a placa está cedendo. As ferragens, que deveriam dar sustentação a essa placa estão (boa parte delas) amontoadas em cima da laje de sustentação. A laje, por sua vez, parece estar no mesmo estado das que avistamos em Curitiba. 
Bem... não somos engenheiros e nem arquitetos, somos cidadãos, que não querem ceder à cultura da indiferença. Nós, naquele ponto, tomamos nossos cuidados. E aqueles que não se apercebem do perigo? Será que devemos esperar a “porta ser arrombada, para colocarmos a fechadura”?
Reiteramos, não somos engenheiros ou arquitetos...  Mas, este espaço, que ora nos foi concedido, sirva para alertar quem de direito: prefeito, vereadores, bombeiros, polícia, CREA, Associação Comercial, diversos conselhos existentes na cidade, padres, Bispo. Sei lá... Rezo apenas para que DEUS proteja todas as pessoas que passam na calçada daquela renomada concessionária. É isso aí... um basta à cultura da indiferença.