Mancha Verde aborda Brasil Império na passarela do samba

15/02/2012 - 01h38

Um recorte do Brasil Império (1822-1889), que culminou com a Proclamação da República, é o enredo do Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Mancha de Araraquara, segunda escola a desfilar no próximo domingo, dia 19, na passarela do samba no Centro de Eventos de Araraquara e Região (Cear).
Campeã do grupo de elite do samba araraquarense em 2004, a Mancha amargou em 2007 o rebaixamento para o grupo B. “Vamos realizar um grande desfile resgatando os imperadores, o auge da produção cafeeira e a chegada da ferrovia na cidade”, argumentou o tatuador, Adriano Crespo, de 36 anos, presidente e um dos fundadores da escola.
Originária da Torcida Organizada do Palmeiras SP, a Mancha começou como bloco na Vila Xavier e teve sede provisória na Avenida Julião Caramuru. Depois foi para o barracão do Rapa, onde funciona a Escola Municipal de Dança, e, posteriormente, para a Avenida José do Patrocínio. Desfilou pela primeira vez em 2001. Hoje a escola é aberta a todos que queiram participar.
“Da Vila migramos para o Cruzeiro do Sul onde temos sede própria e uma maior interação com a comunidade. A motivação da escola é total e vamos voltar ao Grupo A em 2013”, projetou entusiasmado Adriano.
Durante o show do programa Samba nas Escolas, com o grupo Jeito de Sambar, realizado no domingo (12), na sede da Mancha, a secretária de Cultura, Euzânia Andrade, acompanhou o enredo O Brasil da Mancha Verde, da Monarquia, do samba e do café, de autoria de Araquém Petros.
“A Mancha está de parabéns pelo excelente enredo e todos estão convidados a prestigiar os eventos da Secretaria de Cultura nos quatro dias de Carnaval, que serão gratuitos. O prefeito Marcelo Barbieri tem inovado e fortalecido os nossos eventos carnavalescos”, disse Euzânia.
A bateria da escola, antes de tocar o samba enredo, fez uma homenagem póstuma ao ex-diretor de bateria Carlos Rodrigues dos Santos, 32, sepultado no domingo.
Os “puxadores” Paulo, Caloi, Sabonete, Adão, Vasco e Toni (cavaco) interpretarão o enredo histórico na passarela do samba. 

Bastidores 

A Mancha desfilará com 200 integrantes e a comissão de frente terá dez imperadores com fantasias de Dom Pedro I. O abre alas terá como tema a bebida nobre com destaques para as escravas nas xícaras de café.
A bateria Monarquia vestirá trajes “Os Barões do Café”, já as baianas retratarão o final da escravidão. O mestre sala e a porta bandeira, a realeza.
A Locomotiva, destaque no segundo carro, que transportava o café para o porto de Santos trará o símbolo da Estrada de Ferro Araraquara. 

Ensaios 

A Mancha realizará o ensaio final na quinta-feira (16), às 19h, na quadra da escola, Avenida José Luiz Torquato, 246, no Jardim Cruzeiro do Sul. Mais informações pelo telefone 9136-1999.