Ferroviária repudia ato de racismo de jogador do CAP

O atleta Guarú, do Penapolense, terá que responder pelo crime de racismo por chamar o lateral Emerson de Macaco

06/03/2012 - 02h51

A diretoria da Ferroviária vem a público para deixar clara sua indignação com o atleta Rodrigo Neves de Freitas, o Guarú, do Penapolense. O jogador cometeu o crime de racismo na manhã de domingo (4), na partida entre Ferroviária e Penapolense, em Penápolis. Ele se desentendeu com alguns jogadores da Ferroviária e chamou o lateral Emerson de ‘Macaco’.  

A íntegra da nota:

"A diretoria da Ferroviária vem a público para deixar clara sua indignação com o atleta Rodrigo Neves de Freitas, o Guarú, do Penapolense. O jogador cometeu o crime de racismo na manhã do último domingo, na partida entre Ferroviária e Penapolense, em Penápolis. Ele se desentendeu com alguns jogadores da Ferroviária e chamou o lateral Emerson de ‘Macaco’.
O gerente administrativo do time de Araraquara, Bruno Ópice, acompanhou Emerson ao plantão policial de Penápolis e realizou um boletim de ocorrência contra Guarú. O jogador acusado negou que tenha cometido tal ato. “Eu não falei nada disso, apenas xinguei. Os jogadores da Ferroviária estavam perdendo o jogo e não sabiam o que estavam falando”, comentou Guarú, em entrevista à Rádio Cultura.
Já Emerson confirmou que foi ofendido e que todos que estavam perto ouviram. “Ele me chamou de macaco sim, e na frente de todos. Ele fez aquilo pra esfriar o jogo e a gente não ter chance de empatar. Assim como o clube, repudio qualquer ofensa moral”, disse Emerson.
Após a confusão criada pelo ato criminoso de Guarú, o árbitro ainda expulsou o volante Felipe Blau da Ferroviária, que também foi xingado pelo atleta do Penapolense. “Ele me mandou tomar naquele lugar e eu apenas disse: Vai você”, explicou Blau.
O dirigente afeano ficou surpreso ao ler a súmula e ver que o episódio de preconceito, que envolveu praticamente todos os atletas das duas equipes, sequer culminou com uma menção do árbitro. O que mais espantou Ópice foi a descrição da sua invasão ao vestiário da arbitragem. "Ficou evidente, até mesmo pela postura do alteta adversário, que o xingamento não fora os habituais nos gramados. Optamos por registar um boletim de ocorrência, e antevendo qualquer mal-entendido, pedi para que um fiscal da federação me acompanhasse até o vestiário, a fim de confirmar o óbvio, ou seja, a referência no documento da agressão preconceituosa. Para minha surpresa, o senhor Alexandre Luis Gonçalves citou que eu fui indagar a sua conduta técnica nas marcações durante a partida", destacou o diretor.
Para Ópice é no mínimo estranho o conteúdo da súmula, à medida que estava acompanhado de um representante da entidade que presenciou a conversação. "Seria ingenuidade ir dialogar com o árbitro no intuito de reverter o resultado do jogo.
Isso não existe. Foi uma pergunta sem nenhuma agressividade e que ele acabou distorcendo, sem argumentação plausível", complementou. 
A diretoria da Ferroviária reforça que espera, além da ação da Polícia, que a Federação Paulista de Futebol (FPF) investigue o ocorrido e que tome providências contra o atleta do Penapolense."