Araraquara pode viver superpopulação de animais nas ruas

Reunião na Prefeitura revelou ainda que Pinheirinho não poderá receber abrigo para animais

03/05/2011 - 02h21

A criação de um Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (CMPDA), aliada a adoção de medidas práticas, tanto de conscientização, quanto para garantir os direitos dos animais em Araraquara, motivaram a vereadora Juliana Damus (PP) a se reunir na manhã dessa segunda-feira, (02), com Toninho Martins, chefe de Gabinete do Prefeito Municipal, Marcelo Barbieri (PMDB).
Realizado pouco depois das 15 horas de ontem na sala de reuniões do 6º andar do Paço, o encontro envolveu ainda as ativistas Cristina Bombarda, Letícia Miranda, Melina Marin, Verônica de Oliveira e Beddy Peixoto, todas de uma entidade informal criada na cidade denominada “Defensores dos Direitos dos Animais” (Dedia).
Durante a reunião, Juliana e as ativistas solicitaram apoio do governo para viabilizar iniciativas de proteção aos animais na cidade, com ações integradas e que contem com a previsão de se recolher aqueles que estiverem abandonados, o tratamento de seus males, sua castração e, por fim, que esses animais sejam destinados para adoção.
O grupo quer ainda que durante as campanhas de vacinação realizada pelo município os animais sejam “chipados”, ou tenham um chip implantado em seu corpo, como forma de facilitar sua identificação e a conseqüente identificação de seus donos.
“O momento que nós vivemos em Araraquara é muito complicado e não podemos deixar que a situação se complique ainda mais”, disse Beddy Peixoto, para quem, a cidade está prestes a viver uma superpopulação de animais soltos pelas ruas. “Se nada for feito, e rápido, Araraquara pode passar por uma situação difícil nos próximos meses, inclusive, com a transmissão de doenças dos animais para as pessoas. Precisamos agilizar as coisas por aqui e promover uma grande campanha de esterelização”, falou.
Logo depois da afirmação de Beddy, Toninho Martins lembrou do caso acontecido ainda nos anos 90 em Araçatuba, cidade onde se verificou situação dramática. “O problema lá foi tão grande que a área de Saúde registrou caso de raiva humana, o que resultou no extermínio imediato de milhares de cães e gatos, porque ninguém sabia qual animal estava infectado e qual não  estava”, ressaltou o chefe de Gabinete.
O grupo de ativistas da “Dedia” destacou ainda a obrigatoriedade de todos os municípios trabalharem dentro do que prevê a legislação federal e estadual no que se refere aos direitos dos animais. Em São Paulo, por exemplo, existe uma lei de autoria do deputado estadual Feliciano Filho, do PV, que proíbe a eutanásia de animais sem que se comprove a gravidade da doença deles.
Finalizando o encontro, Martins citou mais um problema que o governo tem para resolver a questão dos animais na cidade. E ele se refere a já propalada construção de um abrigo para animais no Pinheirinho, que poderia receber 350 cães e 150 gatos.
“Já estava tudo planejado, mas não será possível fazê-lo, porque o Parque do Pinheirinho é considerado legalmente como área de lazer da população, e não pode receber um abrigo para animais. Infelizmente teremos que arrumar outro local”, afirmou, citando como uma possibilidade à região do “Cortume”.