Câmara entrega prêmio à doutora Clara Pechmann

08/03/2012 - 02h47

A Câmara Municipal de Araraquara realiza sessão solene nesta quinta-feira, 08 de março, Dia Internacional da Mulher, para a entrega do “I Prêmio Heleieth Saffioti Mulher Destaque” à doutora Clara Pechmann. A sessão será às 19 horas, no Plenário da Câmara Municipal de Araraquara. O projeto é uma iniciativa da vereadora Márcia Lia e a escolha da homenageada passou pelo Conselho dos Direitos das Mulheres de Araraquara, a partir de indicações apresentadas pelos vereadores, entidades, conselhos municipais, organizações e sociedade civil, que tenham compromisso com a luta em defesa dos direitos das mulheres e no combate à violência doméstica. Um processo democrático e justo.
“Fiquei feliz que a primeira homenageada seja a doutora Clara. É mais um reconhecimento ao incansável e importante trabalho que esta grande mulher vem realizando ao longo de décadas em favor das pessoas e da promoção da saúde.”, afirma a vereadora Márcia Lia. Clara Pechmann é doutora em Farmácia, docente aposentada como professora titular da disciplina de Microbiologia e professora emérita da Faculdade de Farmácia da Unesp. Foi secretária de Saúde de Araraquara, é cofundadora do Ceproesc (Centro de Promoção em Educação e Saúde Comunitária) e fundadora do Gaspa (Grupo de Apoio e Solidariedade aos Portadores do Vírus HIV) em 1994, onde atuou até 2001, trabalhando com AIDS/HIV.
Ainda na graduaçãode Farmácia, doutora Clara iniciou seu trabalho de prevenção de doenças junto à comunidade, também participou do Projeto Rondon, desenvolvendo trabalhos nas comunidades de Humaitá, no Amazonas e do Vale do Ribeira. 

Prêmio “Heleieth Saffioti”

O prêmio recebeu o nome da socióloga Heleieth Saffioti, uma figura de destaque no estudo e nas pesquisas de gênero, além de militante na luta pelos direitos em defesa das mulheres. Heleieth iniciou seus estudos sobre mulheres na década de 60, trabalhando com a questão de diferença de gêneros e com a violência contra a mulher.
Casada com o químico Waldemar Saffioti, Heleieth também se formou em Direito, apesar de nunca ter advogado. Seu trabalho acadêmico mostra sua postura, não apenas feminista, mas sensível às desigualdades e à luta para vencê-las dentro da sociedade como um todo, social e politicamente.
Foi professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e professora visitante na Faculdade Serviço Social da UFRJ. 
Também foi responsável pela criação de um Núcleo de Estudos de Gênero, Classe e Etnia na UFRJ. Orientou inúmeras teses em diversas universidades e se aposentou como professora da Unesp de Araraquara, da qual foi professora emérita.
Heleieth Saffioti foi indicada como uma das 1000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz, pela organização suíça “Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo”. Essa indicação foi feita em reconhecimento ao papel das mulheres nos esforços pela paz e estavam incluídas 51 brasileiras, entre elas Zilda Arns.
Em 2000, após a morte de seu marido, Heleieth doou a chácara na qual viviam para a UNESP, com o intuito de transformá-la num centro cultural.
Manteve seu trabalho de pesquisa até o fim de sua vida e faleceu aos 76 anos, em Araraquara.