Prefeitura apresenta diagnóstico da população em situação de rua

16/03/2012 - 04h29

A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social apresentou, nessa quinta-feira (15), o diagnóstico da população em situação de rua de Araraquara. No documento, entregue ao prefeito Marcelo Barbieri, estão detalhes do censo e caracterização da população pesquisada.
Segundo o prefeito, o diagnóstico será um instrumento importante para que o Poder Público possa planejar ações consistentes voltadas às pessoas em situação de rua. 
“Temos que conhecer em profundidade a população que vive em situação de rua. O diagnóstico contribuirá para definirmos a melhor forma de resgatá-los e inseri-los na sociedade e mercado de trabalho”, destacou o prefeito.
O estudo foi realizado em 2011 pelo doutor em Saúde Pública e psicólogo, Walter Varanda e também pelo sociólogo, Cássio Giorgetti.  Os consultores iniciaram o trabalho a partir do processo de articulação da rede envolvendo as secretarias de Assistência Social, Saúde e Segurança; reconhecimento de campo; levantamento censitário e detalhamento e caracterização da população em situação de rua.

Dados

O diagnóstico apontou a presença de 158 pessoas vivendo nas ruas, sendo 141 homens (89,2%) e 17 mulheres (10,8%). Do total, quase 50% eram nascidos em Araraquara.
O estudo também revelou a predominância de pessoas com idades entre 25 e 55 anos (77,9%), com ensino fundamental incompleto (53,7%).
De acordo com Walter Varanda, entre os principais motivos apontados para a condição de rua estão a ruptura familiar; dificuldades no relacionamento pessoal e profissional; além do uso de álcool e drogas. Ele destaca ainda que “o estudo é coerente com o movimento nacional que culmina na elaboração de uma Política Nacional para a População em Situação de Rua”.
O secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, José Carlos Porsani, ressaltou que “a partir dos dados coletados será possível compreender melhor e traçar estratégias específicas”.
O vereador Paulo Maranata, que representou a Câmara Municipal durante a solenidade, desejou que os “trabalhos tenham continuidade e contribuam para as políticas públicas voltadas para a população em situação de rua”. 

Bicicloteca

O presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo e ex-morador de rua, Robson Mendonça, contou sua história aos presentes à solenidade.
Morador na capital paulista, viveu por seis anos nas ruas e sofreu preconceito em diversas situações, entre elas, em uma biblioteca. Tomando a rejeição como motivação, Robson buscou a realização de um sonho, a criação de uma biblioteca itinerante. 
Hoje, Robson trabalha com três triciclos com baú, que batizou de Bicicloteca. O acervo já contabiliza 22 mil livros. Segundo ele, por dia, 80 livros são retirados por moradores de rua. Robson ofereceu uma biblioteca sobre rodas para Araraquara. 
O prefeito Marcelo agradeceu e aceitou o presente e destacou que Robson é um exemplo de superação e combate ao preconceito.
Prestigiaram a divulgação do diagnóstico o presidente da Câmara Municipal, Aluisio Braz (Boi); o vereador Jair Martineli; o chefe de gabinete, Antonio Martins; a diretora regional da Diretoria Regional de Assistência Social (Drads), Andréia Pastore; coordenador da Pastoral dos moradores de Rua da Fundação Bento XVI, Fábio de Souza; além de coordenadores, gerentes e funcionários da secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social.