04/05/2011 - 03h27
O papel da família na formação do caráter do indivíduo é absolutamente indispensável e não pode ser repassado à escola. É o que garante Uiliam Moraes Folsta, professor há 40 anos e coordenador do curso de Pedagogia do Centro Universitário de Araraquara – Uniara.
Folsta afirma que muitas famílias ”terceirizam” a educação básica, ou seja, aquela que vem do leito familiar e forma o caráter e a personalidade para as escolas, sejam elas públicas ou privadas, e repassam às instituições de ensino a responsabilidade pelos atos de seus estudantes.
“A família é insubstituível no momento em que o caráter, os valores começam a ser assimilados pela criança. É desse jeito que o ser humano se transforma em gente. A rigor, a escola é formadora de conhecimento, enquanto a família é, sem a menor sombra de dúvida, a responsável pela formação da ética, dos costumes e da personalidade de cada um. Nesse contexto, a escola é apenas uma auxiliar”, aponta Folsta.
A psicóloga e docente do curso de Psicologia da Uniara, professora Ana Cristina Alves Lima, diz que os pais são responsáveis pela socialização primária e a escola por uma socialização secundária. O convívio com a família é importante para que os pais transmitam valores morais e padrões de conduta para que o filho saiba conviver em sociedade.
Ela explica que quando a família deixa de transmitir esses valores adequadamente, os demais veículos formativos (escola, amigos, mídia) ocupam seu papel. O que não deveria acontecer, mas vem acontecendo, é que a função educativa da escola que deveria ser secundária passa a ser a principal referência de valores e limites da criança.