Plano visa reduzir queimadas urbanas

05/04/2012 - 03h50

Uma reunião envolvendo diversas entidades lançou um plano de ação visando reduzir os níveis de queimadas urbanas em Araraquara, que aumentam consideravelmente nos meses de estiagem (maio a setembro).
O grupo se reuniu nessa quarta-feira (4), na Câmara Municipal, para definir o plano de ação que consiste, basicamente, na ampliação das medidas de prevenção e combate aos incêndios.
Fazem parte do grupo a Prefeitura Municipal, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Tiro de Guerra e representantes das usinas de cana-de-açúcar Maringá e Santa Cruz. A reunião foi agendada pelo vereador Elias Chediek, autor da lei que institui a Semana de Conscientização, Prevenção e Combate às Queimadas Urbanas.
Com base nos instrumentos já existentes, como a legislação e os canais de comunicação com a população, o grupo irá estreitar os relacionamento entre as entidades que fazem parte do plano de ação para otimizar a divulgação e agilizar o combate aos incêndios. Atualmente, a grande parte das queimadas é provocada por pessoas com a intenção de limpar os terrenos.
Para o coordenador executivo da Defesa Civil de Araraquara, Edson Adalberto Alves, a iniciativa, inédita no Estado de São Paulo, começa pela conscientização da população, que será feita por meio da distribuição de panfletos e faixas colocados nos principais pontos da cidade.
“A panfletagem será feita nas escolas e pelos atiradores do Tiro de Guerra. Para aumentar a fiscalização e o combate à queimada urbana, iremos disponibilizar telefones para denúncia, sendo o 199 da Defesa Civil, o 3339-5000 ou 0800 7740440 da Secretaria do Meio Ambiente e o 193 do Corpo de Bombeiros”, disse Edson.
Também foi discutida na reunião a inclusão do meio ambiente como tema transversal nas escolas com apostilas fornecidas pela Defesa Civil. “As crianças são multiplicadoras da ideia e passam informações aos pais”, afirmou Alexandre Luis dos Santos, capitão do Corpo de Bombeiros. 

Dados de queimadas

No ano passado, de acordo com a Defesa Civil, foram registrados 353 incêndios em terrenos baldios. Nos meses de estiagem, o número de ocorrências é 16 vezes maior que nos meses de chuva.
Em janeiro, foram quatro ocorrências contra 64 em julho.
Isso se reflete nas internações e inalações de adultos e crianças. Em junho, foram 6.028 inalações e em janeiro, 3.715. Já as internações variam de 38 em janeiro para 58 em julho. Os problemas mais comuns são os respiratórios e irritação nos olhos.
Dados da Secretaria do Meio Ambiente mostram que bairros com maior índice de terrenos baldios registraram mais ocorrências de queimadas em 2011, como Chácara Flora, Selmi Dei e Parque São Paulo. Somente em agosto do ano passado, a área queimada foi de 960 mil metros quadrados, mais de trezentas vezes a registrada em meses chuvosos. 

Terrenos

A limpeza dos terrenos foi outro assunto discutido na reunião. Todo ano, a Secretaria de Serviços Públicos notifica, pela imprensa, os proprietários para a limpeza dos terrenos baldios.
Caso o terreno não for limpo, a Prefeitura executa a roçada e posteriormente cobra do proprietário a multa e o serviço.
Nos terrenos pertencentes ao município, a Prefeitura tem realizado o serviço de gradação, que consiste na remoção de camada de terra para dificultar o ressurgimento do mato. 

Semana Meio Ambiente

A Semana do Meio Ambiente será outro reforço no programa. Ela será realizada entre 7 e 11 de maio e irá envolver Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Tiro de Guerra e as secretarias municipais do Meio Ambiente, Educação e Obras e Promotoria da Justiça Ambiental.
O evento visa realizar ações educadoras principalmente nos bairros mais afetados com a distribuição de folhetos explicativos, divulgação da mídia e o trabalho de educação ambiental nas escolas.
As medidas de combate aos incêndios são baseadas no plano emergencial para agilizar o atendimento. Na reunião, foram discutidas formas de atender a todas chamadas realizadas durante o período de seca, que chegam a 40 por dia, disponibilizar mais equipamentos e pessoal para o combate aos incêndios.
“A ideia é descentralizar e montar células de combate, que envolveriam entidades públicas e privadas, treinar mais pessoas e adquirir mais equipamentos”, afirma o capitão do Corpo de Bombeiros.
Outra questão levantada no encontro foi o aumento de recursos para o combate às queimadas. Entre as possibilidades estão os recursos do Fumabom (Fundo Municipal de Manutenção do Corpo de Bombeiros) que recebe recursos da Justiça e de doações.