Prefeitura e Polícia Federal lançam programa que combate pedofilia na internet

Objetivo é formar crianças e adolescentes para que não caiam nas armadilhas de aliciadores virtuais

Fotógrafo: João Pires/LBF
04/05/2011 - 03h42

A Prefeitura de Araraquara, por meio da Secretaria Municipal da Educação (SME), em parceria com a Polícia Federal (PF), lançou nesta terça-feira (3) o Programa Municipal “Segurança na Internet e Combate à Pedofilia na Rede”. E apresentou a cartilha “Saferdicas”, que será usada para a formação de professores e alunos na implantação do projeto. 
O evento contou com palestra do delegado da PF, Dr. Jackson Gonçalves, que explanou algumas das ações da Policia Federal contra a pornografia infantil e a pedofilia, e deu dicas de como identificar possíveis problemas deste tipo em crianças e adolescentes no ambiente escolar. 
Para o prefeito Marcelo Barbieri, a parceria é uma maneira de garantir o avanço da tecnologia com segurança. “Hoje o processo de inclusão digital está acelerado, com a implantação de internet grátis na cidade e em todas as unidades municipais de ensino.
Nosso objetivo, com essa parceria, é garantir que as crianças e os adolescentes possam utilizar esse instrumento com segurança para não cair nas armadilhas de aliciadores. Mesmos com todos os filtros de segurança que bloqueiam conteúdos impróprios, a conscientização é fundamental”, declarou. 
Para o secretário municipal da Educação, Orlando Mengatti Filho (Nino), “é necessário pensar na Educação como um todo e as novas tecnologias implantadas pelo prefeito Marcelo na nossa rede, como salas de informática, lousas digitais e, principalmente, internet banda larga, levam os alunos a dominar esta ferramenta educacional tão importante que é a internet”, falou o secretário. “Este apoio da Polícia Federal será essencial, pois auxiliará os professores para que saibam identificar atitudes suspeitas, mesmo que fora da sala de aula”, disse Nino. 
O delegado da PF avaliou a iniciativa como um movimento para coibir ações de criminosos. “Apesar de a pedofilia ser tratada como doença, apenas 2% dos acusados comprovam a patologia, o restante são abusadores sexuais, portanto, criminosos perigosos que não se importam com a vida da vítima ou de sua família. Infelizmente, muitas vezes o primeiro contato do agressor é feito pela internet”, disse o delegado. “Este trabalho visa à orientação, apoio, enfrentamento, prevenção e combate à pornografia infantil, eliminando uma de suas formas mais perniciosas que é a exploração sexual por meio da internet. Nesse sentido, a Polícia Federal, em compasso com o programa municipal da inclusão digital, buscou a união dos esforços para suprimir este e outros tipos de aliciamento e para isso vamos usar da arma mais poderosa que temos: a informação”, falou Dr. Jackson.
O presidente da Câmara Municipal, o vereador Aluisio Braz, comparou a situação atual do município com a de anos atrás. “A realidade é diferente de alguns anos, quando a preocupação era da criança na rua. Hoje, o criminoso pode estar dentro de nossas casas, o que justifica a implantação e a  importância dessa parceria”, destacou. 
Para a formação, a Polícia Federal disponibilizou o arquivo da cartilha Saferdicas, desenvolvida pela Ong Safernet, enquanto a Prefeitura ficou responsável pela impressão dos 7760 exemplares que serão inicialmente distribuídos entre os alunos do ensino fundamental. 
Hoje a rede educacional municipal atende uma média de 19.000 estudantes, de zero a a 15 anos de idade.