Em Araraquara, especialistas do Brasil e do exterior analisam 'Diáspora Negra'

Alunos e pesquisadores podem submeter trabalhos até sexta-feira

05/05/2011 - 02h23

Especialistas da Universidade e de outras instituições brasileiras, americanas e africanas debaterão, em mesas-redondas, o tema “População, populações: a humanidade revelada”, durante a III Conferência Internacional do Centro de Estudos das Culturas e Línguas Africanas e da Diáspora Negra (Cladin) da Unesp. O encontro será realizado de 17 a 19 de maio no Sesc Araraquara. 
No evento também haverá apresentações de trabalhos de estudantes, pesquisadores e professores de graduação e pós-graduação. Os interessados devem enviar o resumo do seu estudo até sexta-feira (06/05) para o e-mail concladin@gmail.com. Os artigos serão avaliados por uma comissão científica. O resultado será divulgado no dia 10/05 (terça-feira). 
As pesquisas devem tratar exclusivamente dos temas de violência, direitos humanos e racismo; gênero, mídia, população negra, corpo e consumo; África, desenvolvimento, cultura e democracia; cultura afro-brasileira, cultura popular, territorialidade e cidadania. Os trabalhos serão apresentados no Centro de Cultura “Prof. Waldemar Saffioti”, da Faculdade de Ciências e Letras (FCL), Câmpus de Araraquara. 
As inscrições sem a submissão de trabalhos podem ser feitas on-line (http://pitagoras.fclar. unesp.br/inscricoes/ficha.php) até o dia 15 de maio (domingo). Não serão aceitas inscrições durante o evento. 

Respeito 
Organizada pelo Grupo de Trabalho do Núcleo Negro da UNESP para Extensão e Pesquisa (Nupe) de Araraquara, a Conferência busca a reflexão da situação atual da população africana e de seus descendentes nos diferentes continentes, projetando ações para reverter a violência contra os negros. 
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2011 como o Ano Internacional dos Afrodescendentes. O conjunto de ações tem por objetivo fortalecer as medidas nacionais e a cooperação regional e internacional em benefício dos afrodescendentes para a efetivação dos seus direitos econômicos, culturais, sociais, civis e políticos, sua participação e inclusão em todas as esferas da sociedade e a promoção de um maior respeito e conhecimento da diversidade, sua herança e sua cultura. 
No encontro, se discutirão as diversas tentativas de extermínio populacional que diversos grupos humanos sofreram no século 20 e início deste século. Como reflexo dessas ações, apresentam-se novos tópicos de estudos, como a mobilização de refugiados, os fluxos demográficos e de doenças. 

Centro de estudos
O Centro de Estudos das Culturas e Línguas Africanas e da Diáspora Negra (Cladin) é um projeto de pesquisa e extensão vinculado a uma proposta de ensino infantil, fundamental e médio – com prioridade aos jovens de 14 a 25 anos –, para formar futuros pesquisadores de temas relacionados à África e aos afrobrasileiros. O Cladin tem sede no Centro Cultural Safiotti, e é coordenado pelo professor Dagoberto José Fonseca, professor da FCL e membro do Nupe. 
Desenvolvido pelo Grupo de Trabalho do Nupe de Araraquara, o centro foi criado para fazer convênios de estudos com instituições de pesquisa e ensino do Brasil e do exterior. Nas palavras do professor, o Cladin “é o braço de articulação internacional do Nupe”. 
“As nossas intenções com o centro não são apenas discutir as línguas e culturas africanas, mas, sobretudo, debater a diáspora negra, que data de muito antes dos marcos da escravidão e tráfico negreiro no século XV”, esclarece o antropólogo e coordenador do Cladin. “Trabalhamos dentro do processo de caminhada da população africana para os outros continentes, há 150 mil anos. Ou seja, pretendemos estudar a nossa própria humanidade.”