Decisão sobre subsídio de vereadores fica para terça-feira

Falta de consenso sobre remuneração se deu pela falta de três parlamentares em reunião

04/05/2012 - 02h59

Após pouco mais de uma hora de reunião no gabinete de Aluísio Braz, Boi (PMDB), presidente da Câmara, dez vereadores não chegaram a um consenso quanto à remuneração aos parlamentares para a próxima legislatura. Um novo encontro será marcado para terça-feira, 8 de maio, às 9 horas.
Boi espera resolver o impasse. “Não dá para decidir sem a presença dos 13; o projeto de reajuste foi incluído por todos e a decisão tem que passar por todos”, afirmou em entrevista coletiva concedida após a reunião. E destacou que “todo mundo teve tempo hábil para refletir sobre isso”.
Ele lamentou a ausência dos colegas. “Todos foram convidados, mas infelizmente sem a presença de todos não foi possível chegar a um consenso”. Faltaram à reunião os vereadores Carlos Nascimento (PT), Márcia Lia (PT) e Ronaldo Napeloso (DEM). Os dois últimos alegaram compromissos agendados anteriormente e o primeiro alegou não ter sido oficialmente convidado.

Por escrito

Para garantir que os 13 vereadores participem do próximo encontro, Boi fará o convite por escrito a cada um dos colegas. E, para evitar mudanças de discurso durante a reunião e nas entrevistas posteriores, o presidente da Câmara irá elaborar uma ata a ser assinada pelos presentes.
De acordo com ele, alguns parlamentares “falaram uma coisa” na primeira reunião para discutir o projeto de reajuste e “mudaram o discurso fora dela”. Para Boi, “não pode ter uma posição entre nós e anunciar outra para a imprensa; alguns mudaram o discurso depois que começou a pressão popular”.
Questionado se a Mesa Diretora colocará o projeto novamente em discussão na próxima sessão ordinária, o presidente da Câmara foi taxativo. “Só se houver consenso. Como todos concordaram da primeira vez, não posso reabrir a discussão se os 13 não chegarem a um acordo”, reiterou.


Diálogo

Boi reafirmou a intenção de dialogar com os opositores da medida e refez o convite para que ocupem a Tribuna Popular para debater o projeto. “Sempre disse que estamos abertos ao diálogo e mantenho a disposição de conversar em alto nível com quiser discutir, de forma democrática, essa questão”, frisou.
O presidente da Câmara apenas lamentou a utilização das redes sociais na internet “para ataques pessoais e de baixo nível”. Segundo ele, “os líderes do movimento popular desqualificam os vereadores até com ofensas pessoais e acabam atingindo a moral dos vereadores e o próprio Poder Legislativo”.
Na opinião dele, “com críticas e ataques pessoais, esses líderes, muitos deles sindicalistas, militantes de partidos políticos e pré-candidatos a vereador nas próximas eleições, não contribuem para que a gente possa dialogar e manter o debate em alto nível”.
Por fim, Boi descartou reabrir a discussão sobre o número de cadeiras na Câmara para a próxima legislatura. “Essa questão não está colocada. O número de vereadores foi amplamente debatido no Legislativo e com a sociedade e esse assunto não na pauta de discussões”, finalizou.