Dez dos 13 parlamentares já fecharam questão em reajuste para R$ 7 mil
24/05/2012 - 03h12
Os vereadores araraquarenses estão dispostos a rediscutir e diminuir o reajuste de seus subsídios. O que emperra um acordo e trava a discussão é o índice a ser aplicado. Dos 13, dez concordam com R$ 7 mil e aprovariam consensualmente um projeto com este valor, mas os três da bancada do PT insistem em aplicar o índice da inflação, o que daria aproximadamente R$ 6 mil.
A maioria, no entanto, defende um índice de consenso. O presidente Aluísio Braz, Boi (PMDB) é taxativo. “Hoje, só tem um número que dá consenso: R$ 7 mil. Como frisa desde o reajuste dos atuais R$ 5 mil para R$ 8 mil começou a ser questionado, Boi garante que “só vou colocar um projeto que seja consensual”.
Mesmo considerando que tratou-se de uma “decisão legítima, legal e transparente” e que “nada foi decidido em sala fechada”, João Farias (PRB) observa que “não tenho dificuldade nenhuma de restabelecer o diálogo e rever minha posição, desde que seja acompanhada por todos os vereadores”.
Com colocações objetivas e diretas, Paulo Maranata (PR) pontua que “os vereadores estão dispostos a rever suas posições e mudar seus votos”. Dr. Lapena (PSDB) vai na mesma linha. “A Câmara está disposta a rever essa questão”.
Humildade
Afirmando que “os 13 têm que ser humildes e rever suas posições”, Tenente Santana (PSDB) afirma que “estou propenso a votar em um valor menor; eu mudaria meu voto se houvesse consenso”. Ele lembra que “dez vereadores já chegaram a um valor”, por isso, diz, “acho que não está difícil chegar a um acordo”.
“Se todo mundo entrar em acordo, não tenho problema nenhum em mudar meu voto”, declara Serginho Gonçalves (PMDB), presidente da Comissão Permanente de Justiça, Redação e Legislação. “Sempre deixei claro nas reuniões que eu votaria por R$ 5 mil, R$ 6 mil, R$ 7 mil ou R$ 8 mil se isso fosse de acordo com todos”.
Apesar de defender a aplicação dos índices inflacionários e ter votado contra os 60% de reajuste, Juliana Damus (PP) afirma concordar “em aumentar um pouco acima da inflação para garantir um acordo”.
O presidente da Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento, Elias Chediek Neto (PMDB), diz que “a grande maioria decidiu por reajustar o subsídio para R$ 8 mil; meu número era R$ 7 mil, mas segui o acordo da maioria”. Para ele, “agora, cabe a nós tentar chegar a um consenso em R$ 7 mil”.
Reflexão
Revelando que “nunca paramos de discutir se estava certo ou errado”, Ronaldo Napeloso (DEM), lamenta a falta de consenso. “Infelizmente, não estamos conseguindo chegar a um acordo. Peço aos colegas que não querem consenso, que revejam a posição e facilitem um acordo”.
Outro que não vê problema em rever o voto é José Carlos Porsani (PP), mas ele também cobrou pressão sobre os deputados em um movimento nacional. “As mudanças têm que vir de cima para baixo”.
A bancada do PT, composta pela líder Márcia Lia, Carlos Nascimento e Edio Lopes, se apega a um documento assinado quando passou a apoiar a candidatura de Boi à presidência do Legislativo que defende a aplicação da inflação aos subsídios e não abre mão desta posição. Para a líder, “a Câmara tem maturidade suficiente para rever isso e não precisa de consenso para votar”.
Já Edio Lopes (PT) argumenta que “devemos estar sempre abertos ao diálogo”. Ele revela que quando da votação do reajuste “não havia maioria”. E esclarece que “o projeto [para rever o valor] tem que partir da Mesa e com 7 assinaturas para depois ser colocado em votação”. Segundo ele, “não é o presidente que não quer colocar o projeto; todos somos responsáveis e conscientes”.
No dia, ele votou a favor dos R$ 8 mil e alegou ter se confundido na hora da votação. Agora, Carlos Nascimento admite que “nós erramos; a bancada errou e de pronto reconheceu seu erro” para defender a aplicação do índice inflacionário.