25/05/2012 - 02h36
Depois que os vereadores de Araraquara aprovaram um aumento de 60% no salário do Legislativo durante sessão ordinária realizada no último mês de abril, na Câmara Municipal, passando de R$ 5 para R$ 8 mil mensais, começaram as manifestações contrárias a este ato. O reajuste é referente à inflação acumulada nos últimos cinco anos em que eles não tiveram aumento de salário. Os índices foram 8,66% em 2008, 7,49% em 2009, 4,83% em 2010, 6,18% em 2011 e 8% este ano. Os 60% de aumento foram calculados já com a projeção de inflação para os próximos quatro anos, período em que o salário deve se manter fixo.
Foi criado o movimento Reage Araraquara, que polemizou a política na cidade e deixou a maioria dos vereadores de cabelo em pé. Nascido como um grito de indignação da população ante a aprovação de 58% de reajuste no salário dos vereadores, o Movimento que não tem precedentes na história da cidade vem merecendo reflexão desde o início.
Vereadores e lideranças políticas insistem em desqualificar o Movimento e seus participantes.
Para o ex-vereador Mário Joel Malara, os edis estão acomodados no tradicionalismo. “Este movimento vem sendo responsável por noites mal dormidas e vários questionamentos sobre o Movimento Reage Araraquara que reuniu mais de 12 mil assinaturas vem sendo apresentados. O abaixo assinado que será entregue durante a sessão ordinária da Câmara mostra a indignação da população araraquarense perante o aumento de 60% nos salários dos vereadores.”
Malara ressaltou que a vereança da cidade está se transformando em uma profissão. “Os vereadores estão buscando um salário maior, pois não tem renda e nenhuma atividade paralela e isso é muito mal. Fazendo da vereança uma profissão os edis quando deixam seu mandato tem dificuldades de voltar as suas atividades normais. Sou a favor da correção de acordo com no funcionalismo público”.
Outro ponto importante destacado por Malara está nas eleições para vereadores. “Tudo se resolveria se a eleição do legislativo seguisse a mesma regra dos prefeitos, ou seja, o tempo de permanência de um vereador na Câmara Municipal de Araraquara deveria ser igual a de prefeitos, no máximo uma reeleição.”
Quanto a questão sobre o número de cadeiras na Câmara Municipal de Araraquara, Malara afirma que concorda com a diminuição das mesmas.
Resumindo a questão do legislativo de Araraquara, Malara analisa dizendo que os dois temas que estão sendo debatidos há aproximadamente um mês mostram a insegurança dos atuais vereadores. “Primeiro pelo fato de aprovarem o número de 21 cadeiras, depois em outra sessão, reduzirem as cadeiras para 18 e agora os mesmos não estão se curvando diante da pressão para manterem as 13 cadeiras”.
Malara finaliza dizendo que é contra o aumento de salários. “Quando votaram a maioria dos vereadores concordou e agora sobre pressão falam na redução desses vencimentos. Esta é a prova maior de toda insegurança revelada pelos atuais vereadores.”