Território da Arte leva Macunaíma para Chácara Sapucaia

26/05/2012 - 03h14

O X Território da Arte apresenta, na terça-feira (29), às 19 horas, a palestra “Macunaíma e o diálogo com a Semana de 1922”, com o Prof. Dr. Luiz Antonio Amaral, vice-diretor da UNESP-FCL/CAr. O evento será realizado na Chácara Sapucaia onde está a exposição homônima. A entrada é gratuita, sem necessidade de inscrição prévia.
A exposição Macunaíma reúne de maneira visual e lúdica a rapsódia de “Macunaíma - O herói sem nenhum caráter”, de Mário de Andrade, um dos fundadores do modernismo e principal organizador da Semana de Arte Moderna de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo.
A Semana de Arte Moderna de 1922 influenciou Mário e outros artistas a criarem novas concepções estéticas para a arte brasileira, fora do academicismo tradicional. Buscando as origens brasileiras, em março de 1924, Oswald de Andrade pública o Manifesto Pau-Brasil, em que expressa à necessidade de buscar na miscigenação da raça brasileira uma nova perspectiva artística. Mas só em 1928, com o Manifesto Antropofágico - também de sua autoria - se evidencia o repúdio às normas tradicionais e ultrapassadas que impunham os padrões acadêmicos para a arte. Assim, adentram as origens da cultura brasileira.
Na rapsódia Macunaíma - publicada em 1928, no mesmo ano que o Manifesto Antropofágico – se evidenciam as reflexões feitas anteriormente sobre a arte brasileira. “Macunaíma” é considerada a obra central e mais característica do movimento modernista, revelando um verdadeiro compêndio das lendas dos índios, dos ditos populares, dos sincretismos religiosos, dos vários regionalismos brasileiros.
Tudo isto é desenvolvido com uma sátira popular peculiar, em que parodia as formas acadêmicas e as “importadas” da Europa. Para tanto, Mario de Andrade mergulhou no primitivismo dos povos indígenas e na cultura das demais raças que originaram o Brasil.
A exposição na Chácara Sapucaia se divide em três segmentos, significando uma síntese desse compêndio da cultura brasileira: Indígena, Religioso e Regionalista.
Partindo do primitivo da cultura brasileira, a parte Indígena revela artefatos característicos, como flechas, artesanatos, animais e lendas - presentes na sociedade indígena.
No Religioso, as peças expostas se dividem em dois grupos: as do Catolicismo e as do Candomblé. São apresentados antos, velas, imagens e adereços que compõem o sincretismo brasileiro.
Por fim, na parte Regionalista, estão peças que representam as festas típicas, como o Boi-Bumbá, as crenças e os ditos populares.
Diversas histórias da obra são ilustradas na exposição. Um exemplo é quando o Macunaíma e seus irmãos vão a São Paulo para encontrar Venceslau Pietro Pietra e descobrem que ele é o Gigante Piaimã, ou quando vão ao Rio de Janeiro procurar o terreiro de macumba da tia Ciata, a fim de se livrarem do Gigante que está com o muiraquitã.
A palestra com o Prof. Dr. Luiz Antonio Amaral é centrada no mesmo tema da exposição. Vale destacar que o expositor é graduado em Letras – UNESP, com mestrado em Linguística e Língua Portuguesa – UNESP e Doutorado em Letras – USP. Além de Vice-Diretor, Luiz Amaral é também professor da UNESP – Campus de Araraquara.
O Território da Arte – mostra anula de artes visuais realizada pela Prefeitura de Araraquara, por meio da Secretaria Municipal da Cultura Fundart - é uma referência para as artes visuais do interior do Estado de São Paulo e segue até o dia 12 de junho. Confira a programação no site da Prefeitura de Araraquara (www.araraquara.sp.gov.br).