Vereadores eleitos na próxima eleição receberão R$ 6.550 a partir de 1º de janeiro de 2013
07/06/2012 - 05h23
O valor do subsídio a ser pago aos vereadores que se elegerem para a próxima legislatura divide opiniões na Câmara Municipal de Araraquara. A discussão que antecedeu a votação que definiu a remuneração em R$ 6.550, na sessão ordinária de terça-feira, 5 de junho, movimentou todos os parlamentares por mais de seis horas.
Desde 17 de abril, quando foi aprovado reajuste de 60%, elevando dos atuais R$ 5.043 para R$ 8 mil, e o surgimento do movimento Reage Araraquara que contestou o índice aplicado para se chegar ao novo valor, o presidente Aluísio Braz, Boi (PMDB), promoveu, sem sucesso, uma série de reuniões em busca de um valor consensual entre a maioria dos parlamentares.
A maioria dos vereadores lamentou a falta de um acordo anteriormente, mas todos concordaram com a necessidade de retomar o tema e ampliar a discussão. “Em algum momento, todos erramos, mas estamos aqui termos um consenso”, falou Édio Lopes (PT).
Segundo Elias Chediek Neto (PMDB), o último mês foi e a apresentação de emendas com valore diferentes foi “mais uma demonstração de falta de unanimidade, por isso temos que debater e rever se for o caso”. Ele apresentou gráficos para mostrar que a Câmara de Araraquara “é enxuta” e que “historicamente o valor do subsídio sempre acompanhou a inflação”.
Congelamento
O clima da última sessão foi definido na primeira fala de João Farias (PRB), um dos cinco defensores do congelamento dos subsídios. “Não tivemos maturidade para conseguir um consenso e, depois de tantas discussões, chegamos a esta sessão divididos ao meio. Não tivemos capacidade de ceder”, discursou.
José Carlos Porsani (PP), mais um que assinou emenda pelo congelamento, foi na mesma linha. “Fica difícil chegar ao consenso quando nem todos os vereadores participaram das discussões. Tivemos muitas reuniões e em nenhuma delas estavam os 13 juntos. Estou cansado de tantas reuniões”, disse.
Paulo Maranata (PR), outro defensor do congelamento, afirmou que “saí da reunião com uma posição, parecia que tinha acordo; depois, soube que tinha uma emenda com valor diferente; e, mais tarde, apareceu uma terceira emenda com outro valor”.
Para Ronaldo Napeloso (DEM), que também queria manter o atual valor, “faltou consenso porque cada um avaliou o descontentamento da população de forma diferente”. O quinto defensor do congelamento, Serginho Gonçalves (PMDB), contou que “falei no dia [que definiu o reajuste para R$ 8 mil] para pensamos bem, para não termos problemas depois”.
Maioria
A argumentação básica dos queriam manter o subsídio em R$ 5.043 foi de que as este valor seria o mais condizente com o anseio das 11.999 pessoas que assinaram o manifesto do Reage Araraquara, tese não confirmada nem pelos próprios líderes do movimento, que concordaram como sendo justo um reajuste baseado nos índices inflacionários.
Este argumento também foi rebatido por Boi. “Os que estão aqui hoje defendendo o congelamento, até ontem brigavam pela manutenção dos R$ 8 mil”, frisou. “Não tem problema nenhum rever uma posição. Eu sempre busquei o consenso ou, no mínimo, um valor que tivesse a maioria dos votos. Hoje, conseguimos isso”.
Para Carlos Nascimento (PT), a falta de consenso não significa nenhum grande problema, pelo contrário. “Avanço não é consenso absoluto e nem seria salutar e determinante para mudar as coisas. Estamos em uma Casa política, somos de partidos diferentes, temos ideias diferentes, o que é absolutamente normal. Estranho seria se não fosse assim” Na opinião do petista, “houve maturidade, sim; houve avanço, sim”.
Votaram a favor da emenda propondo subsídio de R$ 6.550 Carlos Nascimento, Edio Lopes, Elias Chediek Neto, Juliana Damus (PP), Márcia Lia (PT), Tenente Santana (PSDB) e Dr. Lapena (PSDB).