Neozelandês Hugh McCutcheon diz que ouro em Londres é meta do grupo norte-americano
14/06/2012 - 02h51
Em 2008, quando comandava a seleção masculina dos Estados Unidos, o neozelandês Hugh McCutcheon frustrou o sonho do bicampeonato olímpico brasileiro, conquistando o ouro em Pequim. Quatro anos depois, ele surge novamente como obstáculo, desta vez como treinador da seleção feminina norte-americana, líder do ranking mundial e uma das principais concorrentes da equipe comandada por José Roberto Guimarães, que tentará o bicampeonato olímpico em Londres.
Apesar de classificar o objetivo do ouro olímpico como uma meta coletiva da seleção norte-americana, McCutcheon pode igualar em Londres o feito do brasileiro José Roberto Guimarães, até o momento único técnico do mundo a sagrar-se campeão olímpico no masculino e no feminino.
"Admiro muito o José Roberto por sua história. Mas conquistar o ouro olímpico novamente não é uma motivação pessoal minha e sim o objetivo de todo o grupo, que está trabalhando duro para isso. Estamos em um ritmo bom, mas ainda podemos melhorar e esse é o caminho. Assim como nós, outras equipes têm condições de vencer em Londres", comenta McCutcheon.
Na primeira semana do Grand Prix 2012, a seleção norte-americana teve desempenho quase perfeito, vencendo República Dominicana, China Taipei e Alemanha, em Santo Domingo, cedendo apenas um set para as europeias. Para a segunda etapa, quando enfrentará Itália, Alemanha e Brasil, em São Bernardo (SP), o treinador aguarda uma ótima oportunidade de avaliar o time.
"Fizemos bons jogos na primeira semana e apresentamos, em alguns momentos, o voleibol que queremos ter como padrão. Esta semana será muito importante, pois jogaremos com equipes que estão entre as melhores do mundo e não há local melhor para avaliarmos a nossa equipe do que dentro da quadra", acredita o treinador.
Itália busca inédito ouro olímpico
Durante a década de 90, a seleção feminina da Itália viveu à sombra do sucesso da equipe masculina, que conquistou três títulos mundiais, oito da Liga Mundial, um da Copa do Mundo e três do Campeonato Europeu. Nos últimos dez anos, as italianas conquistaram seu espaço, com um título mundial, dois da Copa do Mundo e dois títulos europeus, além da primeira participação olímpica.
A temporada 2012 representa a possibilidade de fechar com chave de ouro a trajetória de parte do grupo que conquistou os marcantes resultados com os uniformes azuis. Com a medalha de ouro dos Jogos Olímpicos de Londres na mira, a experiente ponteira Francesca Piccinini, de 33 anos, deixa claro qual é a prioridade da equipe nesta temporada.
"Uma medalha olímpica é a única coisa que falta na minha carreira. Estamos trabalhando muito para chegarmos na melhor condição possível a Londres. A Itália está no mesmo patamar que o Brasil e as outras principais seleções do mundo", revela a ponteira, que jogou no Brasil há oito anos e está de volta ao país para a segunda etapa do Grand Prix, que acontece neste final de semana, em São Bernardo (SP).
"Morei apenas um ano no Brasil, mas é um lugar que me marcou muito a minha vida. Tenho muitos amigos aqui e é sempre um prazer poder voltar", diz a ponteira.
A priorização dos Jogos Olímpicos fica clara pelo elenco que a seleção italiana mandou ao Brasil para a segunda etapa do Grand Prix. Algumas das principais jogadoras da equipe, como a levantadora Lo Biano, a ponteira Costagrande e a central Gioli não vieram a São Bernardo, assim como o técnico Massimo Barbolini.
"A viagem para o Brasil é muito longa e para estas jogadoras o melhor era ficar na Itália treinando. Mas sabemos que elas estão preparadas para jogar quando for o momento certo. Os jogos no Brasil serão muito difíceis, mas fizemos bons jogos com este grupo na Polônia, na primeira semana, e espero que possamos ir bem novamente", acredita a ponteira Lucia Bosetti.
Alemanha mira o Europeu de 2013
Depois de conseguir bons resultados nos últimos anos, como a medalha de bronze do Grand Prix, em 2009, a sétima posição no Campeonato Mundial de 2010 e o sexto lugar na Copa do Mundo, em 2011, a seleção feminina da Alemanha passou por uma grande frustração ao não se classificar para os Jogos Olímpicos de Londres.
Buscando reconstruir o espírito da equipe para a disputa da segunda etapa do Grand Prix 2012, que acontece neste final de semana, em São Bernardo (SP), o técnico italiano Giovanni Guidetti já iniciou o trabalho de observação para a próxima grande competição da equipe, o Campeonato Europeu de 2013.
"Está sendo muito complicado, em termos de motivação, para nossa equipe jogar o Grand Prix. Não alcançamos o nosso objetivo, que era a classificação olímpica, e o time não tem a mesma empolgação que as equipes que disputarão os Jogos Olímpicos. Estamos experimentando novas jogadoras e buscando preparar a base para o Campeonato Europeu de 2013, que será muito importante para nós por ser disputado na Alemanha", revela o italiano.
Na primeira etapa da competição, na República Dominicana, as alemãs venceram as donas da casa e a China Taipei por 3 sets a 0 e perderam para os Estados Unidos por 3 a 1. Os resultados agradaram ao treinador italiano.
"Jogamos muito bem na primeira semana, em um ritmo até acima do esperado. Fizemos bons jogos contra China Taipei e República Dominicana, nos impondo contra equipes teoricamente menos qualificadas que a nossa, e perdemos apenas para os Estados Unidos, que, ao lado do Brasil, jogam o melhor voleibol do mundo na atualidade", diz Guidetti, que espera mais dificuldades na segunda semana de competição.
"Vamos jogar contra três equipes que são fortes candidatas a medalha em Londres. Vai ser muito difícil, mas viemos para jogar e buscar o melhor resultado", resume.