Câmara realiza sessão mais longa da história

Vereadores permaneceram em plenário por 14 horas em duas sessões seguidas

21/06/2012 - 03h35

A sessão extraordinária para a votação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2013 da Prefeitura foi a mais longa da história da Câmara Municipal. Marcada por calorosos debates entre os vereadores governistas e os da oposição, os trabalhos tiveram início às 17h56 de terça-feira, 19 de junho, e terminaram às 6h13 de quarta, 20 de junho. 
Somado às duas horas da sessão ordinária, que começou às 15h29 e terminou às 17h28 de terça-feira, os vereadores permaneceram em plenário por exatas 14 horas e 13 minutos.
Decano entre os parlamentares araraquarenses, José Carlos Porsani (PP), que está em seu quinto mandato, lembrou que já havia participado de uma sessão que começou às 20 horas e terminou às 7 horas da manhã seguinte.
O que mais chamou a atenção dos vereadores e de quem acompanhou a sessão, foi a determinação de Carlos Nascimento (PT) na defesa de suas emendas. Ele foi à tribuna para defender cada uma delas e, a cada rejeição voltava para justificar o voto lamentar o resultado da votação.
O vereador petista manteve-se irredutível mesmo quando, já em plena madrugada, foi avisado por João Farias (PRB) que todas as emendas seriam rejeitadas por que a base governista tinha em entendimento político de que “não deveriam prosperar”. Outros parlamentares sugeriram, em vão, a votação em bloco das propostas sem conseguir convencer Nascimento.

História

Para Aluísio Braz, Boi (PMDB), presidente da Mesa Diretora, foi um “dia histórico para esta Casa”. De acordo com ele, “os debates foram cansativos, mas muito importantes e engrandeceram a Câmara Municipal; esta Casa não tem limites para o debate”. Já amanhecendo, ele revelou que “em alguns momentos, fiquei muito irritado, tive dores e vontade até de ir embora; mas, se precisasse, ficar mais 15 horas, eu ficaria”.
Mesmo tendo todas as emendas rejeitadas, a bancada oposicionista saiu satisfeita e também destacou a importância histórica da sessão extraordinária, apesar dos longos e exaustivos debates em torno das emendas. Os petistas ressaltaram a oportunidade de discutir os mais variados temas.
Em sua última intervenção, pouco antes das 6 horas, Nascimento (PT), autor de 35 emendas, das quais quatro foram retiradas, afirmou que “sinto-me vitorioso, apesar da rejeição às minhas emendas; esta Casa ganhou pela qualidade e intensidade dos debates”.
Márcia Lia (PT) lamentou a postura dos governistas, mas entende que “os vereadores cumpriram seus compromissos”. Para ela, “as emendas eram importantes; resistimos, não foi fácil, a gente fica estressado com este debate cansativo, mas valeu a pena”.
Na opinião de Edio Lopes (PT), “os vereadores e funcionários estão de parabéns pelo trabalho realizado; todos demonstramos muita vontade e disposição de construir uma cidade mais justa e mais humana”. Ele também lamentou a rejeição das emendas da oposição e da implantação da unidade de queimados.

‘Construção’

O líder do governo, João Farias (PRB), apesar do cansaço, afirmou sentir-se “orgulhoso por ter sido pelo povo de Araraquara para ser vereador”. Ele parabenizou Nascimento “pela bravura com que conduziu sua atuação” e criticou os colegas Paulo Maranata (PR) e Luís Cláudio Lapena Barreto, Dr. Lapena (PSDB), por não ter terem ficado durante toda a sessão.
Segundo Tenente Santana (PSDB), “Nascimento foi um guerreiro na defesa de suas emendas”. Para ele, algumas das emendas rejeitadas, que classificou como “importantíssimas”, “devem ser aproveitadas na LOA [Lei Orçamentária Anual]”.
Os pronunciamentos de Ronaldo Napeloso (DEM), Serginho Gonçalves (PMDB), e Porsani seguiram a mesma linha. Eles destacaram a importância de algumas das emendas e sinalizaram “vamos construir juntos no orçamento”. Para Elias Chediek Neto (PMDB), “todos fomos guerreiros”.