MP pede ação contra prefeito no caso do INSS

15/08/2012 - 03h30

<p style="text-align: justify;">O promotor de Justi&ccedil;a Raul de Mello Franco Junior prop&ocirc;s A&ccedil;&atilde;o Civil P&uacute;blica contra o prefeito Marcelo Barbieri, pela contrata&ccedil;&atilde;o do escrit&oacute;rio Antonio S&eacute;rgio Baptista Advogados Associados, tamb&eacute;m citado na a&ccedil;&atilde;o. Na argumenta&ccedil;&atilde;o, o promotor prop&otilde;e a a&ccedil;&atilde;o &ldquo;em defesa do patrim&ocirc;nio p&uacute;blico, da moralidade administrativa e para responsabiliza&ccedil;&atilde;o por atos de improbidade administrativa, com pedido de tutela antecipada&rdquo;. A a&ccedil;&atilde;o foi proposta &agrave; Vara da Fazenda P&uacute;blica de Araraquara, no &uacute;ltimo dia 08 de agosto.&nbsp;O caso chegou ao conhecimento do Minist&eacute;rio P&uacute;blico ap&oacute;s representa&ccedil;&atilde;o da vereadora M&aacute;rcia Lia, em dezembro de 2011, questionando a contrata&ccedil;&atilde;o do escrit&oacute;rio.<br />O promotor pede, ainda, a condena&ccedil;&atilde;o do prefeito de Araraquara e do escrit&oacute;rio de advocacia &agrave; multa civil, cada um, no dobro do valor da a&ccedil;&atilde;o, que &eacute; de R$ 3.562.232,85. &nbsp;Pede, tamb&eacute;m, a perda de fun&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica de Marcelo Barbieri, caso integre &ldquo;a qualquer t&iacute;tulo, os quadros da administra&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica ou ocupe cargo, emprego ou fun&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica em qualquer poder ou unidade estatal&rdquo; e a suspens&atilde;o de seus direitos pol&iacute;ticos por oito anos, contados do tr&acirc;nsito em julgado da decis&atilde;o. O valor da a&ccedil;&atilde;o &eacute; o mesmo do que foi pago pela atual administra&ccedil;&atilde;o ao escrit&oacute;rio de advocacia em contrato considerado ilegal pelo MP.<br />O promotor questiona o pagamento &agrave; empresa, at&eacute; 11 de outubro de 2011, da quantia de R$ 3.562.232,85 como honor&aacute;rios, sendo que a Prefeitura obteve, at&eacute; meados de 2012, o ressarcimento no valor de R$ 3.031.777,70.<br /><br /><br />Entenda o caso<br /><br />Em 14 de maio de 2010 o prefeito municipal Marcelo Barbieri celebrou o contrato 2149/2010 de presta&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;o com o Antonio S&eacute;rgio Baptista Advogados Associados para a recupera&ccedil;&atilde;o de pagamentos ao INSS que teriam sido efetivados &ldquo;indevidamente&rdquo;, no per&iacute;odo de mar&ccedil;o de 2000 a mar&ccedil;o de 2010. Na mesma data, um segundo contrato (2150/2010) tamb&eacute;m foi assinado entre as partes, com o mesmo objetivo do primeiro, mas para per&iacute;odo a partir de junho de 2007. &nbsp;Este contrato foi prorrogado por mais 12 meses em 16 de maio de 2011. &nbsp;Um terceiro contrato (2151/2010), com a mesma empresa e objetivo, foi celebrado em 19 de maio de 2010 e prorrogado em 20 de maio de 2011, desta vez para a recupera&ccedil;&atilde;o de pagamentos &ldquo;indevidos&rdquo; ao INSS de Contribui&ccedil;&atilde;o Previdenci&aacute;ria Patronal incidente sobre os sal&aacute;rios do prefeito, do vice e dos vereadores, nos &uacute;ltimos 10 anos.<br />No entender do MP, os tr&ecirc;s contratos cont&ecirc;m &ldquo;v&iacute;cios insan&aacute;veis&rdquo;, entre os quais, a &ldquo;desnecessidade&rdquo; de contrata&ccedil;&otilde;es externas, face &agrave; estrutura jur&iacute;dica da Prefeitura; indevidas contrata&ccedil;&otilde;es com inexigibilidade de licita&ccedil;&otilde;es; e pagamentos indevidos de quantias vultosas, sem qualquer garantia de &ecirc;xito.<br /><br />Representa&ccedil;&atilde;o<br /><br />A vereadora M&aacute;rcia Lia entrou no caso em 05 de dezembro de 2011, ao protocolar representa&ccedil;&atilde;o no Minist&eacute;rio P&uacute;blico questionando os contratos assinados pelo atual prefeito. Para ela, al&eacute;m dos poss&iacute;veis problemas quanto &agrave; contrata&ccedil;&atilde;o e os valores, causou estranheza o fato de a Prefeitura n&atilde;o utilizar seus pr&oacute;prios quadros de procuradores, num total de 20, para tal demanda. A partir da&iacute;, a Promotoria suspendeu os pagamentos restantes ao escrit&oacute;rio de advocacia. Na tarde desta ter&ccedil;a-feira (14), a vereadora M&aacute;rcia Lia leu parte do documento do MP durante sess&atilde;o legislativa, pedindo a seus colegas vereadores &ldquo;que tomem conhecimento do caso&rdquo; fazendo valer o papel de fiscalizador de cada um.</p>