<p style="text-align: justify;">São Paulo terá um Plano Estadual que deve nortear as ações do governo na área da Citricultura, considerada uma das principais âncoras econômicas paulista. O documento, que está sendo formulado a partir de uma série de pesquisas acadêmicas e intenso diálogo com a cadeia produtiva, será entregue ao Governador Geraldo Alckmin pela Frente Parlamentar da Citricultura da Assembleia Legislativa, coordenada pelo deputado Edinho Silva.<br />Na tarde de quarta-feira, dia 15, o parlamentar esteve reunido com a assessoria técnica da Frente para análise de todo o material recolhido e formatação do quadro de diretrizes. Segundo ele, a proposta do Plano Estadual da Citricultura está bem completa e contempla as demandas do setor, uma vez que é resultado de um esforço conjunto de várias pessoas e instituições ligadas à área. “Ouvimos todos os setores que compõem a cadeia da laranja como trabalhadores, produtores, indústrias processadora de suco, associações, sindicatos, acadêmicos e instituições governamentais, centros de pesquisa entre outros. Nosso objetivo era debater as dificuldades enfrentadas pela cadeia produtiva e suas contradições e, a partir daí, formular esse Plano”, destacou Edinho.<br />As diretrizes propostas no Plano Estadual da Citricultura vão desde a criação de plataformas de acesso à informação, com aprimoramento de metodologias e sistemas dos dados oficiais da laranja, até inciativas para o fomento do mercado interno, consumo nacional e internacional, política de créditos, enfrentamento às pragas, programa de capacitação de trabalhadores entre outras.<br />De acordo com Edinho, a proposta do Plano, já com o embasamento da assessoria técnica, será levada a todos os membros da Frente Parlamentar. “Vamos debater com os demais parlamentares detalhes sobre o Plano. Os apontamentos de cada um serão inseridos na proposta final que será entregue ao Governador”.<br />Na sua avaliação, o Plano pode ajudar o estado a aumentar a competitividade internacional e tornar a atividade propulsora do desenvolvimento social. Ele ressalta que é necessário pensar no desenvolvimento sustentável da citricultura paulista não só do ponto de vista econômico, mas também do meio ambiente e da relação com o trabalhador.<br />O Brasil é o maior produtor de laranja e o maior exportador do seu suco do mundo. A citricultura no Brasil atinge, com exportações, cerca de dois bilhões de dólares anuais. De cada 10 copos bebidos de suco de laranja no mundo seis são de origem brasileira. A citricultura paulista representa 85% desta produção.<br /><br />Resposta à crise<br />Durante a reunião com assessoria técnica, Edinho também tratou sobre o problema emergencial da citricultura paulista: evitar a perda de parte da safra 2012/2013, que segundo os produtores não será comprada pelas indústrias de suco. A estimativa é a perda de 83 milhões de caixas da fruta até fevereiro o, o que representaria um prejuízo de R$ 1,2 bilhão.<br />“A crise no setor afeta cerca de seis mil produtores independentes em 300 municípios do estado de São Paulo, com reflexo em toda a cadeia econômica”, disse. As indústrias não fecharam contrato para a compra da laranja precoce por conta dos estoques elevados de suco. Segundo elas, o consumo caiu no mercado internacional, provocando redução do preço.<br />“Precisamos encontrar um novo modelo de relação entre indústrias e produtores para harmonizar a cadeia produtiva e garantido o desenvolvimento de todos os envolvidos. A citricultura tem um peso muito grande na economia de São Paulo e temos de manter o produtor estimulado, para que ele possa renovar seus pomares, garantindo empregos e divisas para o estado e o país. Penso que o Plano cumpre esse papel, buscando soluções às questões conflituosas nas relações entre a cadeia produtiva, bem como propõe saídas para que o setor continue sendo competitivo no mercado”.</p>