<p style="text-align: justify;">Visionário. Polêmico. Contestador. Esses são apenas alguns dos adjetivos atribuídos a José Celso Martinez Correa, mais conhecido como Zé Celso. O diretor, ator, dramaturgo e criador do Teatro Oficina Uzyna Uzona – que possui mais de cinqüenta anos de existência – construiu uma carreira repleta de provocações aos padrões de nossa cultura, e suas novas criações são sempre recebidas com avidez pelo público.<br />A última delas, o espetáculo “Macumba Antropófaga” entra em sua segunda temporada, excursiona pelo interior paulista e chega ao SESC Araraquara como atração final do Festival de Inverno 2012. Ele surge após o êxito de montagens como “Bacantes” e o épico “Os Sertões – dividido em cinco partes -, em que Zé Celso e sua trupe, como de costume, oferecem à platéia uma experiência sensorial de grande interatividade, que incita o público a fazer parte das cenas e compartilhar o que é apresentado, dividindo sensações e participando de uma grande celebração.<br />“Macumba...”, por sinal, também é uma festa. Definida pelo próprio diretor como uma “TragiComediOrgya”, a peça propõe uma interpretação teatral do livro “Manifesto Antropofágico” de Oswald de Andrade, e utiliza um conceito apresentado na obra original como base principal para o que é encenado: a ideia de “homem se alimentando de homem”, não no sentido literal, mas como se a platéia se apropriasse de toda a bagagem cultural e humana existente no outro, fundindo-a com o que carrega consigo e originando algo novo. <br />Somada a essa idéia, surge também a exploração da “macumba”, que no conceito da montagem remete a tudo que existe de mais primitivo em nossa cultura – considerando que os primeiros povos que formaram a população brasileira eram adeptos dessa prática. Além disso, seus elementos (a energia, as vibrações) também estão presente em diversos ritmos de nossa música, como o samba, o rock e o funk.<br />Embalados por uma trilha sonora pulsante, o grupo – formado por mais de 40 artistas – “ressuscita” nomes importantes de nossa cultura, como Tarsila do Amaral, Pagu, e mesmo o próprio Oswald, em uma sucessão de cenas que homenageiam as origens do Teatro, das manifestações artísticas, as origens de nossa terra e quem habita nela; rumo ao interior, pretende incitar as pessoas à, como define a própria Oficina, “antropofagiar, comer, viver o que se apreende e não se apreende na Escola, nas Universidades, nos Colegios, Cursinhos, Baladas, Guetos, Zona Rural, Favelas, nos Terreiros, Zonas da Antiga Putaria Nobre da Cidade” e atingir diversos públicos.<br />Zé, nascido em Araraquara, retorna à cidade pela quinta vez com a Oficina, e “Macumba Antropofágica” marca a terceira montagem de seu currículo encenada no SESC Araraquara. O espetáculo será apresentado em duas sessões, em dias distintos: 18 e 19/8, sábado e domingo, às 17h, no Ginásio. Ingressos à venda na Central de Atendimento. (R$ 5,00 – Comerciário e trabalhadores em empresas do comércio, de bens, serviços e turismo - R$10,00 – Usuário Matriculados, professores da rede publica de ensino, estudantes com comprovante, menores de 18 anos e pessoas acima de 60 anos - R$ 20,00 – Inteira). Classificação etária: 18 anos.</p>