Saúde terá unidade especial para casos de álcool e drogas

Com Centro de Atenção Psicossocial, Prefeitura buscará dar assistência diferenciada em Araraquara

13/05/2011 - 05h17

A Prefeitura vai inaugurar, no próximo dia 16, em Araraquara, o Centro de Atenção Psicossocial-álcool e drogas (Caps-ad).
Vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, a unidade funcionará sob a Gerência de Saúde Mental, especializada no tratamento de pessoas com problemas de uso de álcool e drogas, incluindo o crack. 
A unidade será instalada na região central da cidade e atenderá adolescentes e adultos com problemas de dependência química e também oferecerá acompanhamento aos familiares.
De acordo com a gente de Saúde Mental da Secretaria da Saúde, psicóloga Carina F. 
Robles Angelini, o Caps-ad objetiva oferecer atenção diferenciada, em regime de atenção diária, a quem precisar de assistência por conta de problemas de dependência química e/ou dependência de álcool. 
“A implantação desta unidade é decorrente do uso abusivo e a dependência de substâncias psicoativas, que incluem a dependência ao álcool e as chamadas drogas ilícitas, como cocaína, crack, e maconha, que têm se configurado como um problema de extrema relevância”, afirma Carina. 
O problema tem exigido esforços na direção de intervenções de múltiplos setores da sociedade e do governo para a transformação dessa realidade, segundo a psicóloga. “A implantação da unidade consta de um plano de ação que objetiva a atenção à problemática da dependência química”. 
O plano também prevê ações de prevenção do uso de drogas, casos de uso abusivo e uso de risco do álcool incluindo a dependência de medicamentos psicotrópicos na rede pública de saúde.

Precauções
Carina Robles Angelini ressalta que é alto o índice de internações em função de transtornos do comportamento pelo uso de álcool e drogas. Tanto que do total de internações psiquiátricas registradas no período de 2003 a 2010 na cidade cerca de 65% foram decorrentes do uso de álcool e substâncias psicoativas. 
Para a gerente de Saúde Mental, a internação do usuário é uma ação isolada que, calcada na idéia de uma "cura" para o problema, é equivocada. A dependência de álcool e drogas pode ser caracterizada como uma doença crônica e exige intervenções variadas, constantes a longo prazo. 
“Não se pode obter a cura, mas sim o controle dos sintomas. Além disso, o processo de tratamento deve incluir a família, as possibilidades de reinserção social e o resgate da cidadania”, receita a psicóloga. 
O Caps-ad objetiva realizar intervenções intensivas, por equipe multidisciplinar, que ofereça condições mais adequadas de cuidado aos usuários dependentes de substâncias. Nos casos mais graves, a internação poderá ser indicada pela equipe como um recurso de tratamento, mas não como um fim em si mesmo. Ou seja, “após alta, a pessoa que sofre de dependência de substâncias necessita seguir com um tratamento contínuo no Caps-ad”, ressalta Carina Angelini. 
Apesar de todas as possibilidades geradas com a implantação de um Centro de Atenção no município, Carina enfatiza que as ações não poderão ser isoladas ou exclusivas da área da saúde. Por se tratar de um problema multicausal, “um só serviço jamais responderá adequadamente à problemática”, enfatiza. 
A psicóloga prega a necessidade de uma “intensa articulação intersetorial” para oferecer respostas mais eficazes à complexa problemática das drogas e do álcool. 

Gabinete

Paralelamente ao Caps-ad, a Prefeitura também atua visando auxiliar no combate às drogas no município. Por isso, em parceria com o Judiciário, Câmara Municipal e outros órgãos públicos, criou o Gabinete de Gestão Integrada nas Ações de Proteção e Defesa da Criança e do Adolescente.
De acordo com o prefeito Marcelo Barbieri, o Gabinete vai promover ações integradas entre os órgãos públicos e a sociedade civil na articulação das políticas de proteção aos direitos da infância e juventude, visando combater o crescimento da drogadição e da criminalidade entre crianças e adolescentes.