<p style="text-align: justify;">Após uma série de calorosos debates, troca de farpas, suspensão da sessão e mais de duas de discussões, a Câmara de Araraquara rejeitou, por unanimidade, na sessão ordinária de terça-feira, 28 de agosto, projeto de lei do Executivo, acrescentando novas atribuições à Morada do Sol Turismo e Eventos. <br />O projeto previa que a empresa de economia mista fosse autorizada a emitir e colocar no mercado financeiro de debêntures ou quaisquer outros títulos de créditos ou valores mobiliários; realizar negócios e prestar serviços relacionados à estruturação de compra e venda de créditos públicos ou privados, sem a característica de securitização, podendo utilizar os mesmos em garantia real nas captações de debêntures ou ações.<br />Para a Prefeitura, seria uma oportunidade de ampliar o leque de atividades da Morada do Sol e “criar novas alternativas para a captação de recursos, possibilitando, inclusive, além da manutenção, novos investimentos na estrutura física de modo geral, visando as atividades da Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016”.<br /><br /><br />Risco<br /><br />Inicialmente, vereadores oposicionistas tentaram evitar a discussão do projeto para discutir mais profundamente a questão. Havia dúvidas até mesmo entre os governistas. A oposição temia que a intenção fosse privatizar espaços como a Arena da Fonte, Centro de Convenção e outros. <br />O líder do governo João Farias (PRB) solicitou a suspensão da sessão por 15 minutos para explicar a proposta aos governistas. De acordo com ele, o objetivo era facilitar a captação de recursos para investimentos. “Não se pensa em privatizar ou vender nada, mas simplesmente, buscar recursos para investimentos dando os pavilhões do CEAR [Centro de Eventos de Araraquara e Região] como garantia”, argumentou.<br />Márcia Lia (PT), Carlos Nascimento (PT), Edio Lopes (PT) e Paulo Maranata (PR) questionaram os riscos de utilizar patrimônio público como garantia para captação de recursos. Para eles, aprovar um projeto que chegou no mesmo dia e foi pouco discutido seria temerário e a Câmara poderia estar cometendo um erro.<br /><br />Surpresa<br /><br />Com grande parte dos parlamentares ainda demonstrando dúvidas, o cenário foi alterado quando Carlos Nascimento fez pedido de vista de 40 dias. A proposta foi rejeitada com os votos contrários dos governistas. Em seguida, o projeto foi colocado em votação e a própria bancada situacionistas votou contra.</p>