<p style="text-align: justify;">Os delegados Fernando Bravo e Elton Hugo Negrini da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Araraquara, estão convictos de que o ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Araraquara, Roberto José Nassuti Fiore, de 43 anos, teve participação direta no episódio dos seis celulares que seriam entregues ao presidiário Nilton Sena Peschi, 42. Os aparelhos estavam recheando uma muleta que Fiore pretendia entregar ao detento. Os celulares seriam levados à Penitenciária Regional de Araraquara. Isso só não ocorreu porque policiais militares notaram que a muleta estava muito pesada e descobriram a fraude. <br />Uma testemunha - mulher que foi ouvida pela Polícia Civil – na última segunda-feira (27), disse que as muletas recheada com os celulares estavam no carro de Fiore. <br />A informação foi revelada na manhã desta quarta-feira (29) e contraria a defesa do advogado, que nega as acusações.<br />Fiore foi flagrado tentando entregar uma muleta com celulares escondidos, na tarde de segunda-feira, no Fórum de Araraquara. <br />Segundo depoimento da testemunha, ela disse que procurou Fiore por telefone e encontrou o advogado no Fórum. Foi até o carro de Fiore e recebeu as muletas para serem entregues a Peschi. O presidiário teria audiência naquele dia, confirmou o delegado Fernando Bravo.<br />“A mulher pegou as muletas e tentou entrar no Fórum. Lá, foi barrada. Então, Fiore se propôs a acompanhá-la com os objetos”, disse o delegado.<br />Dentro do Fórum, Fiore pediu para que um funcionário entregasse as muletas. Ele – funcionário – se negou. Disse porém, que poderia somente acompanhar o advogado. Fiore entregou as muletas para os policiais militares, que notaram o peso acima do normal”.<br />Na revista, foram encontrados seis celulares e carregadores, que estavam dentro das muletas em uma base de ferro revestida com um adesivo semelhante à madeira. <br />As muletas seriam trocadas com as outras que Peschi usava. Coincidentemente, a muleta do preso quebrou no momento em que ele chegou ao Fórum. <br />Esse detalhe é indício de que esse plano estava arquitetado havia algum tempo, acredita Bravo. A polícia acredita que Fiore receberia R$ 8 mil para repassar os celulares.<br />O delegado Elton Hugo Negrini, titular da DIG, entrou com o pedido de prisão preventiva de Fiore. O advogado cumpre prisão domiciliar.<br />Fiore nega as acusações e alega inocência. Mas o trabalho de investigação está avançando e existem provas que comprometem o advogado.</p>