Dilma sanciona Lei de Cotas e veta apenas artigo que criava mecanismo de seleção

30/08/2012 - 01h59

<p style="text-align: justify;">A presidenta Dilma Rousseff sancionou nesta quarta-feira (29) a lei que institui o sistema de cotas raciais e sociais para universidades federais de todo o pa&iacute;s. A lei prev&ecirc; que as universidades p&uacute;blicas federais e os institutos t&eacute;cnicos federais &nbsp;reservem, no m&iacute;nimo, 50% das vagas para estudantes que tenham cursado todo o ensino m&eacute;dio em escolas da rede p&uacute;blica, com distribui&ccedil;&atilde;o das vagas entre negros, pardos ou ind&iacute;genas.<br />De acordo com o ministro da Educa&ccedil;&atilde;o, Aloizio Mercadante, ao assinar a lei, a presidenta disse que o mecanismo precisa associar inclus&atilde;o e qualidade do ensino superior p&uacute;blico. &ldquo;Ela falou que temos dois grandes desafios: um &eacute; o da inclus&atilde;o, para permitir que um maior n&uacute;mero de estudantes possa acessar a universidades. O outro &eacute; a meritocracia, a excel&ecirc;ncia das universidades. Os dois crit&eacute;rios t&ecirc;m que estar presentes na implanta&ccedil;&atilde;o dessa pol&iacute;tica&rdquo;, ressaltou o ministro.<br />Dilma vetou apenas um ponto do texto aprovado pelo Congresso Nacional, o Artigo 2&ordm;, que criava um coeficiente para selecionar os estudantes que poderiam ingressar nas vagas destinadas &agrave;s cotas. Com o veto a esse trecho, o governo decidiu que o Exame Nacional do Ensino M&eacute;dio (Enem) ser&aacute; a ferramenta para definir o preenchimento das vagas reservadas. Segundo Mercadante, as universidades poder&atilde;o adotar mecanismos complementares.<br />As universidades e institutos federais ter&atilde;o quatro anos para implantar progressivamente o percentual de reserva de vagas estabelecido pela lei, mesmo as que j&aacute; adotam algum tipo de sistema afirmativo na sele&ccedil;&atilde;o de estudantes. As regras e o cronograma para a transi&ccedil;&atilde;o ser&atilde;o estabelecidos pela regulamenta&ccedil;&atilde;o da lei, que deve sair ainda este ano, a tempo de garantir a entrada da lei em vigor no ano que vem.<br />&ldquo;O Enem 2012 j&aacute; servir&aacute; como um dos par&acirc;metros para o novo sistema. Ao longo deste ano, faremos a regulamenta&ccedil;&atilde;o complementar necess&aacute;ria. Estamos construindo isso junto com os reitores&rdquo;, disse Mercadante.<br />A regulamenta&ccedil;&atilde;o dever&aacute; criar, entre outros mecanismos, medidas para compensar eventuais diferen&ccedil;as entre alunos que ingressaram pelas cotas e os egressos do sistema universal.&nbsp;<br />&ldquo;Teremos que ter uma pol&iacute;tica das universidades para acolher esses estudantes. Muitas universidades federais j&aacute; fazem isso, j&aacute; temos experi&ecirc;ncias de tutoria &ndash; professores que acompanham esses alunos &ndash; e de nivelamento, para que aqueles que tenham alguma defici&ecirc;ncia possam se preparar para os desafios do curso que em que v&atilde;o ingressar&rdquo;, adiantou o ministro.</p>